A companhia aérea britânica EasyJet anunciou a redução de 4.500 postos de trabalho, quase um terço dos seus efetivos, para fazer face à pandemia.
A EasyJet, cuja atividade está parada há semanas, diz que desta forma pretende preservar as suas finanças e adaptar-se ao tráfego aéreo mais fraco por um longo período.
“Queremos garantir que emergimos da pandemia com um negócio ainda mais competitivo do que antes, para que a EasyJet possa prosperar no futuro”, referiu em comunicado Johan Lundgren, presidente executivo da companhia aérea, citado pela agência Reuters.
Com este anúncio, a empresa junta-se assim aos seus concorrentes British Airways, Ryanair ou Virgin Atlantic, que anunciaram recentemente cortes de empregos.
No último mês, estas três companhias áreas despediram 18 mil pessoas.
De acordo com o Jornal Económico, que recorda que a companhia aérea retoma algumas rotas a partir de 15 de junho, a EasyJet enfrenta uma luta na sua estrutura acionista.
Na passada sexta-feira, o principal acionista da companhia aérea, Stelios Haji-Ioannou, pediu as demissões do administrador financeiro, Andrew Findlay, Johan Lundgren e do presidente John Barton por causa de um contrato multimilionário com a Airbus.
Em assembleia geral, a maioria dos acionistas votou a favor da manutenção dos três gestores, mas nesta quarta-feira Andrew Findlay revelou que vai abandonar a companhia em maio do próximo ano.
A EasyJet espera reduzir a sua frota de aeronaves para cerca de 302 aviões, menos 51 do que tinha previsto para o final de 2021 antes da pandemia da covid-19.
O setor da aviação é um dos mais afetados pela pandemia de covid-19, que já matou mais de 3.500 pessoas em todo o mundo desde dezembro. A crise do novo coronavírus deverá privar o setor mundial de transporte aéreo de 252 mil milhões de dólares de receitas este ano, mais do dobro do previsto anteriormente (113 mil milhões dólares).
“Trata-se da crise mais profunda de sempre para a nossa indústria”, afirmou o diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Alexandre de Juniac, durante uma conferência telefónica, apelando a governos para ajudarem quando se aproxima “uma crise de liquidez”. “Precisamos desesperadamente de dinheiro”, adiantou.
ZAP // Lusa