Cláudia Azevedo afasta escassez de bens alimentares. “Se não comprarmos num lado, compraremos no outro”

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José Coelho / Lusa

Responsável do grupo Sonae alertou para a importância de alterações nos impostos associados ao consumo da energia, chamando Governo e instâncias europeias para a discussão e resolução do problema.

A guerra na Ucrânia está a criar problemas nas cadeias de abastecimento de muitos setores de atividade, temendo-se, inclusive, a falta de alimentos nas prateleiras dos supermercados – uma hipótese que, no caso português, já foi afastada pelo Governo. No entanto, tal não é motivo para que as empresas portugueses não comecem a precaver-se na compra de mercadorias, nomeadamente na diversificação dos fornecedores.

A Sonae revelou esta quinta-feira estar protegida de eventuais perturbações no que respeita ao trigo, uma vez que 100% do trigo que processa é de origem nacional. Numa mensagem assinada por Cláudia Azevedo, presidente da comissão executiva, a conjuntura atual é abordada com algum otimismo, afastando a possibilidade de ruturas de produtos.

“Se não comprarmos num lado, compraremos no outro“, garantiu a responsável pelo grupo que detém, por exemplo, a rede de supermercados Continente, lembrando que na altura do Natal foi preciso ir de barco buscar bacalhau, mas a sua oferta foi assegurada.

No que respeita à subida dos preços dos bens essenciais, assumiu que esta esta é “incontornável“, invocando o “peso de 50% dos impostos na energia”, matéria na qual, considera, o Governo ou a União Europeia terão de intervir. O mesmo caminho é apontado para a eventual falha de alimentos, situação que exigiria das instâncias europeias uma postura igual à tomada aquando da compra das vacinas contra a covid-19. Ou seja, compras conjuntas, noutros mercados.

Numa intervenção feita numa conferência em que apareceu vestida com as cores da bandeira ucraniana, Cláudia Azevedo abordou ainda o caso da limitação de venda de óleo de girassol, o único produto a que foram impostas limitações de compra, apesar da responsável se recusar a usar a palavra “racionamento“, garantindo que há quantidades do produto nos armazéns.

“O que não é racional é que as pessoas comprem seis garrafas de óleo de girassol a cada ida ao supermercado e depois não haver para quem quer comprar uma ou duas”, explicou, citada pelo Público

Sobre a presença das marcas pertencentes à Sonae nos dois países em conflito, Cláudia de Azevedo esclareceu que a empresa não tinha presença na Ucrânia e que no território russo os negócios se cingiam à marca de roupa infantil Zippy, os quais foram suspensos. “Deixámos simplesmente de enviar roupa para a Rússia”, esclareceu.

ZAP //

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