País desmente conclusão da investigação da CIA, que disse que o “mais provável” é que o vírus tenha escapado de um laboratório chinês, e acusa EUA de “politizar” a pandemia.
A China afirmou esta segunda-feira ser “extremamente improvável” que a covid-19 tenha vazado de um laboratório chinês, na sequência de uma acusação nesse sentido feita pela agência de espionagem norte-americana CIA.
“A conclusão científica autorizada a que chegou o grupo conjunto de peritos da China e da Organização Mundial de Saúde (OMS), com base em visitas no terreno aos laboratórios relevantes em Wuhan, é que é extremamente improvável que tenha havido uma fuga do laboratório”, disse Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
“Este facto foi amplamente reconhecido pela comunidade internacional e pela comunidade científica”, sublinhou a porta-voz, em conferência de imprensa.
O que dizem a CIA e os EUA?
Este fim de semana, a CIA considerou que o “mais provável” é que o vírus tenha escapado de um laboratório chinês, ao invés de ter sido transmitido por animais.
Esta posição surge na sequência da confirmação, na quinta-feira, de John Ratcliffe como diretor da CIA, após o início do segundo mandato do Presidente norte-americano, Donald Trump.
“A CIA acredita, com um baixo grau de confiança e com base em todos os relatórios disponíveis, que uma origem relacionada com trabalhos de pesquisa da covid-19 é mais provável do que uma origem natural”, afirmou no sábado um porta-voz da agência.
Até à data, a agência não tinha chegado a qualquer conclusão sobre se a covid-19 resultou de um acidente de laboratório ou se foi transmitida por animais.
O Congresso dos EUA concluiu recentemente uma investigação de dois anos à pandemia de covid-19 com um relatório de 520 páginas que confirma a teoria de “fuga de laboratório” quanto à origem da pandemia de covid-19.
o vírus terá saído de um laboratório em Wuhan, na China, tal como já indicaram outros estudos. O relatório aponta as características “biológicas” do vírus, bem como os casos de doença entre investigadores do Instituto de Virologia de Wuhan no Outono de 2019, como as razões que justificam esta teoria.
“Os Estados Unidos devem parar de politizar e explorar esta questão e parar de difamar e culpar outros países”, sublinhou Mao Ning.
As autoridades norte-americanas devem “responder o mais rapidamente possível às preocupações legítimas da comunidade internacional” e “partilhar proativamente com a OMS os dados sobre os primeiros casos suspeitos”, acrescentou.
ZAP // Lusa /
Coronavírus / Covid-19
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