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A China não gostou da conversa de Trump com a Presidente de Taiwan

O Presidente eleito dos Estados Unidos falou ao telefone com a Presidente de Taiwan, algo que já não acontecia desde 1979. Quem parece não ter gostado deste contacto foi a China que decidiu censurar o acontecimento na imprensa nacional.

Donald Trump só inicia funções como Presidente dos Estados Unidos em janeiro do próximo ano mas já fez algo inédito: conversou ao telefone com a chefe de Estado de Taiwan.

A equipa de transição do republicano informou, em comunicado, que o Presidente eleito falou com a mandatária taiwanesa, Tsai Ing-wen, que o felicitou pela vitória nas eleições e ambos “abordaram os estreitos vínculos económicos, políticos e de segurança existentes entre Taiwan e os Estados Unidos”.

Este foi o primeiro contacto telefónico deste nível desde 1979, ano em que Washington rompeu relações diplomáticas com Taipé.

O ex-presidente democrata Jimmy Carter declarou formalmente Pequim como único governo da China, o que pôs fim às relações diplomáticas formais dos EUA com Taiwan, onde Washington fechou a sua embaixada no ano seguinte.

O gabinete de Trump não esclareceu, porém, quem iniciou o contacto, ou seja, se a chamada foi feita pelo milionário ou pela presidente de Taiwan, que chegou ao poder em maio.

China não gostou

A China considera a ilha de Taiwan uma província “rebelde” e parte do território sob sua soberania, portanto este contacto de Trump pode ser considerado uma afronta à potência asiática.

Sinal disso mesmo é o facto de a chamada telefónica ter sido censurada pela imprensa chinesa, que preferiu sublinhar a visita a Pequim do ex-secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, “um velho amigo da China”.

No entanto, na plataforma Weibo, rede social equivalente ao Twitter, persistiram alguns comentários de internautas a um artigo de um jornal de Hong Kong que escapou à censura.

“Que China reconhece Trump? Que astúcia! Devemos parar este presidente empresário”, escreveu um internauta.

Além disso, o país já protestou de forma solene aos EUA por causa deste telefonema. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores já indicou que “é preciso insistir no facto de que só existe uma China e que Taiwan é parte inalienável do território chinês”.

Depois do telefonema, a Casa Branca reiterou que Washington apoia a política da “China única”.

ZAP / Lusa

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