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Chegaram a Portugal ventiladores com botões em mandarim. Governo desdramatiza

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José Sena Goulão / Lusa

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales desdramatizou, esta quinta-feira, a existência de ventiladores, encomendados da China, com botões e outros indicadores em mandarim.

Na habitual conferência de imprensa diária, o governante recordou que foi necessário recorrer ao mercado para reforçar o Serviço Nacional de Saúde, dizendo ainda que os profissionais de saúde poderão ter formação para que consigam ler os indicadores.

Tivemos de recorrer ao mercado e o nosso recurso ao mercado, em termos de ventiladores, foi ao mercado chinês. Alguns ventiladores vêm com indicadores e botões em chinês mas nesses mesmos ventiladores existem indicadores que são universais e que permitem ter acesso facilitado”, começou por explicar António Lacerda Sales.

Caso os profissionais de saúde não consigam ler e compreender os botões e indicadores, “com certeza haverá maneira de fazer formação dos profissionais. Não na língua, mas com certeza nos indicadores, o que facilitará a sua utilização”.

De acordo com a revista Sábado, em causa estão os indicadores de saturação de CO2 (dióxido de carbono) ou de O2 (oxigénio).

“Os indicadores passam por um organismo que faz validação desses ventiladores”, frisou.

“Problema evidente”, diz bastonária

Em declarações à mesma revista, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, considerou que é “evidente” que esta situação configura um “problema”.

Este aparelho médico, recordou Ana Rita Cavaco, é um instrumento complexo, e o seu uso pode ser dificultado se as pessoas não conseguirem ler os indicadores.

“Sustenta a vida de alguém e manuseá-lo é muito complicado, não é só carregar nos botões. Obedece a uma série de fatores relacionados com os gases e tem que se encontrar uma fórmula ótima para determinada pessoa: não é igual para todos os pacientes. Existem vários modos ventilatórios. Não é carregar num botãozinho; é uma operação muito complexa. Uma pessoa tem que estar permanentemente a vigiar”.

Quanto à formação presencial, Ana Rita Cavaco diz que a Ordem não a pode fazer neste momento. “A Ordem tem muita formação para os profissionais mas que agora está parada (…) Não a podemos organizar. Nesta fase, é de esquecer a formação presencial. Estamos a falar de pessoas que estão todos os dias na linha da frente, nem têm tempo”.

“O que se tem feito são webinars, mas isso não substitui a formação prática de um enfermeiro na área dos cuidados intensivos que são seis meses. Eu por exemplo não sei usar ventiladores, nem todos de nós o conseguem. Cada um tem a sua área de especialidade. Por outro lado, os colegas de cuidados intensivos não podem fazer vacinação”, explicou ainda Ana Rita Cavaco.

ZAP //

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4 Comments

  1. Desconfio que não faltará muito para o mandarim ser língua estrangeira obrigatória nas escolas. Mais tarde, o juramento de obediência ao Congresso Nacional do Povo. O PCP excluirá dos seus discursos a expressão “amplas liberdades”. E as palavras Liberdade e Igualdade serão apagadas dos dicionários.

  2. O que não é um problema para a bastonária do enfermeiros?!
    Tudo é um problema e o seu único objectivo é fazer ruído para justificar o tacho muito bem pago (que ela aumentou com efeitos retroactivos) e desviar a atenção das suas vigarices!…
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    A questão é: será melhor um ventilador com letras em chinês ou nenhum?!

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