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Centeno “não vai fazer fretes” ao Governo no Banco de Portugal

No seu habitual espaço de comentário da SIC, Luís Marques Mendes disse que Mário Centeno “não vai fazer fretes nem favores ao Governo” quando estiver no Banco de Portugal.

Marques Mendes defende que a passagem direta de Centeno do Ministério das Finanças para governador do Banco de Portugal (BdP) “não beneficia a imagem de independência do banco central”, contudo, dadas as características do atual titular das Finanças, o comentador defende que “Centeno não vai fazer fretes nem favores ao Governo no Banco de Portugal”.

“Mas apesar desta questão dos eventuais conflitos de interesse há uma questão da qual não tenho dúvidas: Mário Centeno quando for governador do Banco de Portugal não vai fazer favores ou fretes ao Governo. Com a sua maneira de ser e a sua personalidade, não vai. Ao contrário, acho que vai ser o verdadeiro ministro sombra. Coitado do ministro das Finanças que o venha a substituir. Esse é que vai ter uma vida que não será fácil”, sublinhou Marques Mendes.

De acordo com o ECO, a passagem das Finanças para o BdP não é inédita. Os três casos foram com governos no PSD: Tavares Moreira, Miguel Beleza e António de Sousa. “Não estão em causa as pessoas, mas sim o princípio”, frisou.

A saída de Centeno do Executivo vai ser um dos “cinco problemas que António Costa vai enfrentar” brevemente e que o vão “desgastar”. “A saída de Centeno vai ser um rombo grande na credibilidade e eficácia do Governo” e no Orçamento para 2021. Em terceiro surge “a presidência portuguesa da União Europeia, no primeiro semestre do próximo ano”. Depois as “eleições autárquicas e, mais para o fim do mandato a sucessão de António Costa no Partido Socialista.

“Por toda esta evolução, não acho nada impossível, até acho bastante provável que, se as eleições forem no fim da legislatura, em 2023, ou seja se não forem antecipadas e não houver previamente uma crise política, o PSD pode ter grandes hipóteses de ganhar as próximas eleições”, defende Marques Mendes.

Marques Mendes falou da sondagem que dá conta da subida do Chega. Para o comentador, a mediatização do partido, a crise no PSD e no CDS e a tendência na Europa para os “populismos” explicam os resultados.

Já a descida do PS é, do seu ponto de vista, fruto de um “erro enorme” cometido pelo próprio primeiro-ministro, António Costa, que foi reeleito manteve quase “as mesmas caras” no Governo. Por outro lado, Marques Mendes considera que depois de ter tido um percurso” ascendente, atingiu o pico e está agora em escala descendente”.

Referendo à eutanásia

O comentador voltou a defendê-lo em 2018, quando os projetos foram chumbados na Assembleia da República e reitera agora a sua posição, de acordo com o Observador.

Segundo Marques Mendes, numa democracia representativa, os deputados representam o povo. Estando a eutanásia nos programas eleitorais do Bloco, do PAN ou do Iniciativa Liberal, e não estando nos programas do PS e do PSD, “não têm autoridade política” para decidir. “Dizer isto não é uma chinesice ou um formalismo. São as regras. É a substância da política”, disse.

Comparando com a questão do aborto, que também foi sujeito a referendo, o comentador lembrou que a questão é mais um tema de consciência do que político, por isso, estas questões devem ser referendadas. Por outro lado, sendo um tema que divide a sociedade, não podem os deputados decidir, mesmo que por maioria.

Quanto a Marcelo Rebelo de Sousa, que disse que só falará no fim do processo, Marques Mendes lembra que a sua posição contra é pública. No entanto, enquanto Presidente da República, restam-lhe duas hipóteses: vetar e mandar de volta à Assembleia, que acabará por aprovar, ou recorrer ao Constitucional e esperar pela resposta.

Caso Marega

Marques Mendes escolheu o episódio de racismo contra Marega como tema para abrir o espaço de comentário da SIC no domingo. “Mais importante do que o Vitória ser penalizado, as autoridades deviam ir analisar as câmaras, detetar os infratores e atuar de forma exemplar”, disse o comentador, citado pelo Tribuna Expresso.

Marques Mendes defendeu que os adeptos minhotos que entuaram cânticos racistas contra o futebolista Marega “têm de ser imediatamente interditatos de entrar nos estádios de futebol”.

O comentador considera ainda que “é bom que acabe o clima de condescendência” que se tem vivido no meio. “Tem de haver tolerância zero”, frisou. “Marega tem toda a razão. É tempo de as autoridades agirem com rapidez e eficácia. Em Inglaterra isto seria exemplar”.

 

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