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Novo Banco: “É tudo profundamente imoral” e Centeno “enganou os portugueses”

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Mário Cruz / Lusa

Luis Marques Mendes

No seu habitual espaço de comentário na SIC, Luís Marques Mendes analisou as contas do Novo Banco, considerando os 1.149 milhões de euros pedidos ao Fundo de Resolução configuram uma “calamidade”. E vai mais longe: apesar de a situação estar dentro da legalidade, afirma, “é tudo profundamente imoral”.

O antigo líder do PSD referia-se à injeção de capital de 1.149 milhões de euros pedida pelo Novo Banco, depois de ter apresentado prejuízos recorde de 1.412,6 milhões em 2018. Marques Mendes considera que os portugueses têm razões para se preocuparem com este caso e “não vai ficar por aqui”, vaticina.

No seu comentário na SIC, Marques Mendes recordou que ficou definido nas condições da venda do banco ao fundo Lone Star que “o comprador poderia recorrer até aos 3,9 mil milhões de euros” ao Fundo de Resolução, para compensar os créditos problemáticos. Créditos estes que são a “herança”, o “legado de Ricardo Salgado” que vinha dos tempos do BES e que ainda pesam bastante no balanço do Novo Banco”.

“É um buracão monumental. Mas o problema foi criado há dois anos quando foi feito o contrato de compra e venda, que o Banco de Portugal negociou e Mário Centeno aprovou”, afirmou, referindo-se à almofada de 3,9 mil milhões à disposição do banco.

O conselheiro de Estado aponta ainda o dedo ao Ministro das Finanças, acusando-se de não ter falado a verdade, quando “criou a expectativa de que aquela almofada [financeira] provavelmente não seria utilizada”. Para o comentador político, Mário Centeno cometeu um “erro monumental” e “enganou os portugueses”, frisou. “Mário Centeno não falou a verdade às pessoas há dois anos. Não falou a verdade”, salientou.

“Evidentemente que se há uma almofada o que o comprador vai fazer – se há dinheiro à mão de semear, se há dinheiro fácil – é ir buscar ao mealheiro em vez de tentar cobrar aqueles créditos complicados”, disse. É por isso que “os portugueses têm todas as razões para se indignar”. “E aqui é que está a enorme imoralidade”, considerou.

Para Marques Mendes, esta almofada estava prevista como uma solução de último recurso e, por isso, é uma atitude legal “mas é profundamente imoral”, considerou. Marques Mendes admite que não sabe se haveria outra solução, mas considera desde logo que a nacionalização do banco “poderia ser igual, ou pior”.

Na passada sexta-feira, Centeno ordenou uma auditoria para escrutinar o processo de capitalização do Novo Banco. Marques Mendes considera que é uma “manobra política”, apenas para “desviar as atenções” da calamidade do banco.

“Não é genuíno. Porque Mário Centeno já sabia, porque já tinha inscrito uma verba no Orçamento de Estado para este efeito”. E para analisar a mesma questão já tinha sido criada  “uma Comissão de Acompanhamento, composta por três pessoas”, recordou Marques Mendes. Se Centeno tinha dúvidas quanto aos créditos, deveria ter ordenado a auditoria no início, antes da venda, disse o comentador.

Neste domingo, o Presidente da República disse estar de acordo com o pedido de auditoria anunciado pelo Governo às contas do Novo Banco, considerando que “os portugueses têm o direito de saber o que se passou” desde a resolução desta instituição.

“Eu penso que aquilo que foi pedido pelo senhor ministro das Finanças foi bem pedido, uma auditoria. Os portugueses têm o direito de saber o que se passou desde que foi determinada a resolução, já lá vão muitos anos, com sucessivas gestões e saber concretamente qual o destino do dinheiro dos contribuintes. Esse esclarecimento é importante”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

ZAP //

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6 Comments

  1. Este minorca mafioso “encendeia” tudo e depois sai-se com esta pérola:
    “Marques Mendes admite que não sabe se haveria outra solução”
    Ele percebe muito de bancos e agora até é presidente da CGD Angola – tudo devido à sua alta competência… ou não!…

  2. Tudo o que está aqui descrito faz parte de um plano para lavar a corrupção banditismo e bandalheira do Partido Socialista nos mandatos António Guterres e José Socrates. Só falta mesmo começar a discutir a burla com os dinheiros da Segurança Social.

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