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Centeno elogia banca e admite adiar créditos para lá de setembro

Stephanie Lecocq / EPA

O ministro das Finanças, Mário Centeno

O ministro das Finanças, Mário Centeno, indicou que está em cima da mesa o prolongamento das moratórias nos créditos à habitação e a empresas para lá de setembro, seguindo a posição dos bancos, que acreditam que será necessário prolongar aquele prazo.

“A duração da moratória terá sempre de ser avaliada. Admito prolongar essa moratória”, respondeu, numa entrevista à TSF esta terça-feira, citada pelo Expresso. Não se pode “criar momentos de rutura muito significativos”, mas todos têm de reagir, apontou.

Centeno considerou que a banca tem dado um “apoio enormíssimo”, tendo criado também moratórias privadas para abranger créditos excluídos da moratória legal (como créditos à habitação de emigrantes ou crédito ao consumo).

As moratórias permitiram alcançar pedidos que aliviaram 12 mil milhões de euros de créditos, em juros e em capital, avançou o ministro das Finanças, afirmando que a “banca foi muito rápida e eficaz” e desdramatizando as falhas nas linhas de crédito garantidas pelo Estado, já que são dezenas de milhares de pedidos a entrar no sistema.

Quanto à situação da TAP, Centeno disse que ainda não há valores exatos em cima da mesa a colocar na companhia aérea. “O acionista privado tem colocado vários números, que variam ao longo do tempo e não de forma facilmente entendível”, sublinhou, adiantando que falta informação.

“Anteciparia que nas próximas semanas tudo isto se tornasse mais claro”, disse, lembrando que “o papel dos acionistas é acudir as empresas quando estão em dificuldades”.

O Estado, pondo dinheiro, tem que fazer parte da gestão: “Tem de haver entendimento estratégico e do percurso que a empresa fará”. Mas apontou: “Não vejo nenhuma empresa que tenha necessidade imperiosa, inultrapassável, de ser nacionalizada”.

Na resposta à crise, Centeno não dá muitas certezas sobre que efeitos terá, apenas garantindo: “Estamos a fazer o contrário de austeridade. Significa fazer cortes na despesa e aumentos de impostos e nós estamos a fazer o contrário disso. Esta é a resposta adequada a este momento”.

“O que aí vier depende muito do caráter mais ou menos temporário desta recessão”, considerou, indicando ainda que “não podemos cometer erro duas vezes em menos de 10 anos” e que é preciso uma rede de apoio europeia.

Centeno falou ainda sobre o Orçamento Suplementar. “Em Portugal tem havido um enorme consenso político, muitas vezes não havendo uma concordância total, mas há um sentimento muito forte de uma resposta efetiva”, referiu, assumindo que os parceiros principais serão sempre Bloco de Esquerda e PCP.

ZAP //

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