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Uma estreia. Mário Centeno é o primeiro indigitado ao BdP a receber votos negativos

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José Sena Goulão / Lusa

O ministro das Finanças, Mário Centeno

A partir de 2015, passou a ser necessário submeter os indigitados pelo Governo. Mário Centeno é o primeiro nome proposto para a cúpula do Banco de Portugal a receber votos negativos do Parlamento.

O relatório relativo à audição de Mário Centeno foi aprovado esta quarta-feira pelo PS, com um empurrão da abstenção do PSD e do PCP. No entanto, deputados de cinco partidos votaram contra o relatório.

Segundo o Expresso, o Bloco de Esquerda, PAN, CDS, Iniciativa Liberal e o deputado social-democrata Álvaro Almeida votaram contra o relatório feito pelo deputado do PS João Paulo Correia, que faz uma transcrição do que se passou na audição da semana passada, não incluindo qualquer avaliação ou conclusão própria.

O PSD e o PCP abstiveram-se, mas anunciaram que iriam apresentar uma declaração de voto, e o PS foi o único a votar favoravelmente o relatório. O Chega, com assento na comissão de orçamento e finanças, não esteve presente na votação.

Agora, com esta aprovação, o Governo pode avançar com a nomeação do governador mesmo com os votos desfavoráveis. Recorde-se que, esta terça-feira, o Supremo Tribunal Administrativo rejeitou a providência cautelar do Iniciativa Liberal (IL) para travar a nomeação do ex-ministro das Finanças.

A concretizar-se a designação em Conselho de Ministros (que se realiza normalmente às quintas-feiras), o novo governador é nomeado apesar de votos negativos no Parlamento, algo inédito.

Na audição da semana passada, já todos os partidos, à exceção do PS, tinham mostrado desagrado com a indigitação de Mário Centeno. Agora, só o PS está a favor do relatório.  PSD e PCP abstiveram-se por se tratar apenas de um relato do que foi feito.

Até hoje, ainda não tinha acontecido a existência de chumbos a nenhum dos nomes que foram submetidos a audição parlamentar antes de serem designados para o Banco de Portugal, algo que só existe desde que, em 2015, se tornou obrigatória após uma proposta do PS.

O matutino realça que, até aqui, houve apenas abstenções, mas nunca votos contra: uma com Carlos Costa e outra com Elisa Ferreira.

ZAP //

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