Cenário sombrio para a Ucrânia. Nova derrota na retirada do bastião Vugledar

Tanque T-64

Vugledar era um símbolo da resistência ucraniana desde o início da guerra. Russos terão agora um novo impulso, sobretudo em Donetsk.

Mais de meio ano depois de Avdiivka, a Rússia conseguiu conquistar outro bastião da Ucrânia: Vugledar.

Vugledar era um símbolo da resistência ucraniana desde o início da guerra, tendo evitado diversos ataques russos desde Fevereiro de 2022.

Mas, nesta terça-feira, os militares ucranianos deixaram a cidade (ou as suas ruínas) para preservar o pessoal e o equipamento de combate.

Segundo um chefe militar ucraniano, os russos estavam a atacar a partir de três direcções e estavam perto de cercar Vugledar.

É uma derrota para a Ucrânia e, simultaneamente, um impulso para a Rússia, sobretudo na região Donetsk, que o Kremlin quer controlar totalmente.

Já circularam vídeos de soldados russos a celebrar esta conquista, agitando a bandeira da Rússia. “Tudo será a Rússia. A vitória será nossa”, gritam alguns.

Com as repetidas vitórias russas naquela zona, ao longo dos últimos meses, é provável que os ucranianos tenham de se retirar de outras aldeias ou cidades.

Estes combates, tal como em Avdiivka ou Bakhmut, terão provocado a morte ou ferimentos em muitos ucranianos e russos.

O Instituto para o Estudo da Guerra acha que esta conquista de Vugledar não vai alterar muito as operações, dos dois lados, porque não era um centro logístico crucial.

Mas o The Guardian avisa que o cenário geral para a Ucrânia é “sombrio”: desde 2022 que a Rússia não avançava no leste da Ucrânia a este ritmo.

O ataque ucraniano a Kursk ainda desviou algumas forças russas, mas o Kremlin rapidamente colocou outros soldados nos arredores de Donestk, provenientes do sul e do nordeste da Ucrânia.

NEW: Russian forces likely seized Vuhledar as of October 1 following a reported Ukrainian withdrawal from the settlement, though it is unclear if Russian forces will make rapid gains beyond Vuhledar in the immediate future. 🧵(1/10) pic.twitter.com/Y9CmsslQmp

— Institute for the Study of War (@TheStudyofWar) October 2, 2024