Celtejo tem novas restrições de descargas para o Tejo

Paulo Cunha / Lusa

A água do Rio Tejo apresentava coloração castanha escura e espuma junto ao açude de Abrantes

A Celtejo vai ter que limitar as suas descargas de efluentes para o rio Tejo durante mais 30 dias. Ministério do Ambiente reduziu de 50% para 30% a limitação nos efluentes que a empresa pode rejeitar para o rio Tejo.

A empresa de celulose de Vila Velha de Ródão inicia esta quarta-feira, por 30 dias, um novo ciclo de produção com restrição de descargas para o rio Tejo, imposto pelo Ministério do Ambiente. A tutela determinou uma redução de 30% do caudal efluente a rejeitar.

A 5 de fevereiro, o Ministério do Ambiente tinha anunciado um primeiro prolongamento por 30 dias de todas as medidas provisórias impostas à Celtejo, incluindo a redução de 50% do volume diário de descargas de efluentes no rio Tejo.

As medidas provisórias com vista à revisão do Título de Utilização dos Recursos Hídricos haviam sido determinadas inicialmente pela Agência Portuguesa do Ambiente em 26 de janeiro e fixadas por 10 dias.

O Ministério do Ambiente lembra que, “na licença inicial, a empresa estava autorizada a rejeitar 15 mil m3/dia” e que “após o incidente de 24 de janeiro, momento em que a concentração de oxigénio dissolvido na albufeira de Fratel foi de apenas 1,1 mg/l, foi imposta uma redução das descargas a um máximo de 7.500 m3/dia“.

O Ministério nota, em comunicado, que “tendo-se verificado uma melhoria das condições de laboração na Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais da empresa, durante o próximo mês a limitação do caudal passa para 30% do valor inscrito na licença inicial, ou seja, o caudal fica limitado a um valor máximo diário de 10.500 m3/dia.

A medida agora imposta vigora entre 7 de março e 7 de abril e, caso se registe um agravamento da qualidade da água do rio Tejo, a limitação pode regressar aos 50%.

As restrições à Celtejo foram uma das medidas definidas pelo Governo após se tornar visível um grande foco de poluição no rio Tejo, na zona de Abrantes, no distrito de Santarém.

O ministro João Matos Fernandes, disse que o fenómeno de poluição “é resultado da libertação da matéria orgânica depositada sob a forma de sedimentos no fundo das albufeiras do Fratel e de Belver, provocada por anos de funcionamento das indústrias aí localizadas e da reduzida precipitação do último ano, que não diluiu essa carga orgânica”.

Apesar das restrições impostas à Celtejo, o ministro do Ambiente sublinhou que não estava a ser atribuída responsabilidade direta à empresa nesse incidente de poluição no Tejo.

// Lusa

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