/

Cavaco nomeou cunhada para assessorar a sua mulher em Belém

3

José Sena Goulão / Lusa

Não foi só nos governos de Cavaco Silva que se encontram ligações familiares. Nos anos em que esteve na Presidência, a Casa Civil contou sempre com uma colaboração próxima da primeira-dama que era sua própria familiar.

Margarida Mealha Santos Silva, nomeada como assessora de Maria Cavaco Silva, é cunhada da mesma e assessorou-a no Gabinete de Apoio ao Cônjuge criado pelo antecessor em Belém, Jorge Sampaio.

A informação foi confirmada ao Observador pelo gabinete do ex-Presidente Cavaco Silva que garante que aquele gabinete de apoio “nunca teve quaisquer funções ligadas à ação política e constitucional do Presidente da República, apenas e exclusivamente de apoio à atividades essencialmente de cariz social e cultural da sua mulher, em particular a intensa ação desenvolvida junto das associações de apoio aos deficientes”.

Questionado sobre as motivações que levaram Cavaco Silva a nomear um familiar para um cargo na Casa Civil, o mesmo gabinete esclarece que “Maria Cavaco Silva, que até 2006 teve a sua vida profissional como professora, quis ser acompanhada nas suas atividades por alguém da sua confiança pessoal“.

Além disso, “essa confiança foi reforçada pelo conhecimento do mérito da Margarida Mealha no seu percurso profissional no setor privado, onde tinha um cargo de direção numa empresa ligada ao sector dos transportes marítimos”. Maria Margarida Dias Mealha Santos Silva era chefe de serviços da Sadomarítima da Agência de Navegação e Trânsitos.

“A ligação familiar nunca foi escondida”, argumenta. A sua presença ao lado da antiga primeira-dama era constante e muitas vezes referida nas revistas do social como sua “cunhada e braço direito”.

Em 2006, no arranque do primeiro mandato presidencial, foi nomeada adjunta do Gabinete de Apoio ao Cônjuge do Presidente da República. A partir de 2009, passou a estar sozinha, por isso foi exonerada de adjunta e nomeada assessora da Casa Civil, em janeiro — funções que acumulou com as de docente. Foi reconduzida no cargo no segundo mandato de Cavaco Silva. No final do mandato, foi agraciada com o grau de grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

O gabinete não respondeu ao Observador em relação ao salário auferido pela assessora durante os tempos em que esteve em funções, por falta de informação concreta.

Quando foi primeiro-ministro, no segundo Governo, Cavaco Silva já tinha sido notícia por ter nomeado o cunhado, António Vieira Santos Silva como vogal do conselho de administração da Cimpor. A nomeação para a empresa pública tinha acontecido “a poucos dias da privatização” da mesma. Na década de 70, António Santos Silva, engenheiro mecânico, tinha administrado empresas públicas. Naquela altura era quadro da Petrogal.

ZAP //

3 Comments

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.