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Caso Djokovic originou uma vítima inocente: Renata Voracova

Renata Voráčová já tinha jogado em Melbourne quando, surpreendentemente, foi obrigada a sair da Austrália: “Nada fez de errado”.

Não foi só o visto de Novak Djokovic que foi rejeitado pelas autoridades australianas, na preparação para o Open da Austrália em ténis. Renata Voráčová passou pelo mesmo, embora num contexto diferente.

A tenista checa, n.º 81 na tabela WTA de pares, também viajou até Melbourne e também viu o seu visto ser cancelado. Mas já depois de estar na Austrália e já depois de ter jogado.

No dia 6 de Janeiro, quinta-feira, na primeira ronda de pares femininos do torneio Melbourne Summer Set 2, Voráčová e a sua companheira Katarzyna Piter defrontaram Lesley Pattinama Kerkhove e Arina Rodionova. Perderam em dois parciais.

Mas Voráčová não sabia que aquele jogo seria também uma das últimas coisas que iria fazer na Austrália porque, no dia seguinte, já estava retida no mesmo local de Novak Djokovic.

De repente, e apesar de ter tido permissão para entrar devido a uma “isenção médica” – foi infectada pelo coronavírus recentemente – o seu visto foi cancelado. Ficou retida na sexta e deixou mesmo a Austrália no sábado.

Refira-se que esta decisão das autoridades australianas em relação à checa só foi tomada depois de a “novela” Djokovic ter começado.

“Nada fez de errado”, avisa a WTA. A empresa que gere o ténis feminino a nível global não citou o caso Djokovic mas deixou clara a associação entre o processo do sérvio e a saída inesperada da tenista checa.

“As complicações que se verificaram nos últimos dias, em relação aos processos aprovados e autorizados de isenções médicas para atletas entrarem na Austrália, são lamentáveis. Renata Voráčová cumpriu essas regras e esse procedimentos, teve autorização para entrar no país, jogou e, de repente, o seu visto foi cancelado quando nada fez de errado”, lê-se no comunicado.

Esta “situação infeliz” também não agradou à própria jogadora. Em entrevista à BBC da Rússia, Renata Voráčová disse que não foi bem tratada e que se sentiu como uma “criminosa”, sem motivos para tal.

Enviei todos os documentos e os documentos foram aprovados. Se eu soubesse que haveria uma probabilidade de algo correr mal, nem que fosse de um por cento, eu nem iria”, lamentou.

Voráčová queria ser vacinada no ano passado. Mas, depois de ter sido infectada pelo vírus, teve complicações médicas que a impediram de receber a vacina.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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