Nada de aliens — mas já vimos uma cara, uma porta, uma zebra e um urso em Marte

NASA/JPL-Caltech/UArizona

Pareidolia manifesta-se com muita frequência no nosso vizinho Vermelho. A curiosidade aguça a imaginação.

O nosso vizinho Marte tem-nos dado ao longo dos anos várias surpresas, que nos deixam cada vez mais entusiasmados com a ideia de que pode haver vida inteligente lá fora, no vasto Universo.

Um dos episódios marcianos mais icónicos remonta a 1976, quando a sonda Viking 1 da NASA captou uma imagem curiosa da região de Cydonia: uma estrutura que parecia um rosto humano esculpido na superfície marciana.

Rapidamente surgiram teorias sobre civilizações alienígenas e arquitetura ritual no Planeta Vermelho. Mas claro: imagens de alta resolução captadas décadas depois revelaram que se tratava apenas de uma colina plana onde a luz e as sombras criaram a ilusão de uma face humana.

A tendência humana para ver formas familiares onde elas não existem é na verdade todo um fenómeno psicológico conhecido como pareidolia, que curiosamente se manifesta muitas vezes em descobertas espaciais.

Marte é uma grande “casa” do fenómeno psicológico. Em 2020, por exemplo, um influencer sugeriu que uma fotografia da sonda Curiosity mostrava uma criatura semelhante a um gorila com um bebé, quando na verdade a figura muito partilhada nas redes sociais era composta por pedras de formato invulgar que foram mal interpretadas.

Outro caso que agitou os círculos de teóricos da conspiração surgiu em 2022, quando a mesma Curiosity captou uma imagem que parecia revelar uma “porta” escavada na rocha. Embora a formação geológica lembrasse de facto uma entrada artificial, os cientistas rapidamente apontaram que o fenómeno se devia à combinação de sombras, perspetiva e erosão natural — e não à existência de templos alienígenas.

Apesar de muitos dos elementos intrigantes de Marte serem ilusões, algumas descobertas são realmente misteriosas. Um exemplo recente é a chamada Zebra Rock, encontrada em 2024 no interior da Cratera Jezero pela sonda Perseverance. Com um padrão de riscas que lhe valeu o nome, a rocha — oficialmente apelidade de Freya Castle — apresenta uma textura nunca antes vista em Marte.

Os cientistas ainda não sabem ao certo a sua composição química, mas suspeitam que os padrões possam ter origem em processos ígneos ou metamórficos.

E há ainda as famosas “aranhas de Marte” — ou Spiders from Mars, para os fãs de David Bowie.

Vvistas pela primeira vez em 1972 pela sonda Mariner 9 na região de Angustus Labyrinthus, junto ao polo sul marciano, estes padrões em forma de teia, apesar do nome, não são criaturas vivas. Segundo o modelo proposto por Hugh Kieffer, formam-se quando o sol aquece camadas de dióxido de carbono gelado, libertando gás que racha o gelo à superfície e cria os desenhos semelhantes a aranhas.

ZAP //

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