É uma planta ou uma ave? Na verdade, é pareidolia da sua parte

Florida Seeds

Crotalaria cunninghamii

Pareidolia e uma fascinante coincidência da natureza.

Num mundo repleto de maravilhas naturais, há certos fenómenos que capturam a nossa imaginação e desafiam a nossa perceção. A linha ténue que separa as fascinantes da Crotalaria cunninghamii de um beijaflor é uma dessas coincidências enganosas.

Tanto o mimetismo como a camuflagem são estratégias de sobrevivência já bem documentadas no reino animal. Insetos, aves e até mamíferos adaptam-se de formas extraordinárias para se misturarem com o seu ambiente ou imitarem outros seres mais temidos ou repugnantes aos olhos dos seus predadores.

Mas no reino vegetal também há casos de mimetismo igualmente fascinantes. Olhemos para o caso da ilusão sexual da orquídea-vespa (Ophrys tenthredinifera) ou para a rara orquídea-garça (Pecteilis radiata), que com o tempo desenvolveram formas físicas que evocam imagens de insetos e aves.

 

Na Austrália, é possível encontrar um exemplo particularmente fascinante desta camuflagem: a flor de passarinho verde (Crotalaria cunninghamii), uma planta cujas flores se assemelham (e muito) a um beija-flor.

No entanto, a planta tem sido alvo de muita discussão no ramo da botânica. Muitos  profissionais não acreditam na ideia de que tais semelhanças sejam casos de mimetismo deliberado. A razão para esse ceticismo é simples: não há beija-flores na Austrália.

Investigações sobre a polinização da Crotalaria cunninghamii indicam que aves e pequenos mamíferos são atraídos não pela forma das flores, mas pelo seu néctar, segundo o National Geographic, o que reforça a ideia de que a semelhança com aves é uma feliz coincidência e não um exemplo de mimetismo evolutivo.

Mimetismo? Não, pareidolia

A explicação para a nossa perceção da semelhança entre as flores e um beija-flor pode residir no fenómeno psicológico conhecido como pareidolia.

Este efeito ocorre quando interpretamos estímulos visuais aleatórios como sendo formas conhecidas, um fenómeno que nos leva a ver rostos em nuvens ou animais em sombras.

O velho ditado é mesmo verdade: as aparências, às vezes, iludem.

ZAP //

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