Homens de 24 e 20 anos abordavam a vítima, afirmando que momentos antes esta havia batido com a sua viatura na deles. Depois convenciam-na ou obrigavam-na a pagar uma quantia de forma a cobrir os ‘danos’.
Pelo menos 11 idosos foram vítimas do crime de burla cujo “modus operandi” era o falso acidente, tendo sido lesados em mais de 60 mil euros, informou hoje a PSP, que deteve dois homens âmbitos no âmbito desta investigação.
Em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP explica ter dado cumprimento, na quarta-feira, a seis mandados de busca e apreensão, dois em Lisboa, um em Queluz, um em Caneças, um em Vialonga e o último em Ponta Delgada, nos Açores.
A PSP procedeu ainda à detenção de dois homens, um de 24 anos e um de 20 anos, mediante a emissão prévia de dois mandados de detenção fora de flagrante delito.
Segundo a polícia, os dois detidos, com a colaboração de outros visados no processo, “circulavam com uma viatura na via pública, com o fito de encontrarem uma possível vítima, sendo que a característica preferencial desta era a sua idade já avançada”.
Depois, abordavam a vítima, afirmando que momentos antes esta havia batido com a sua viatura na deles e, no seguimento do cometimento do crime de burla, “convenciam ou obrigavam a vítima a pagar uma quantia monetária de forma a cobrir os ‘danos’”.
“De preferência, pediam à vítima quantias monetárias em dinheiro vivo, ou caso a pessoa não tivesse essa disponibilidade dirigiam-se a dependências bancárias e aí faziam transferências de quantias monetárias da conta da vítima para uma conta bancária associada a um dos suspeitos”, refere a nota da PSP.
Este fenómeno foi identificado no início deste ano e, após várias diligências investigatórias, foi possível identificar o grupo que se dedicava de forma reiterada a esta prática. Durante a atividade criminosa levada a cabo pelos suspeitos, lograram apropriar-se de quantias monetárias das vítimas que ascende aos 60 mil euros.
De acordo com a PSP, neste momento estão identificadas 11 vítimas, mas as autoridades admitem que existam mais, as quais, no entanto, não denunciaram os factos às autoridades.
Cada uma das vítimas foi burlada em valores entre os 1.500 euros e os cinco mil euros.
Uma das burlas feita a um idoso resultou na apropriação ilícita de cerca de 25 mil euros que só foi travada “quando os filhos se aperceberam da sangria de dinheiro da conta bancária do pai”, refere a PSP.
Nas buscas domiciliárias, a PSP apreendeu vários documentos, nomeadamente informação de fluxos de quantias monetárias, duas munições de calibre 7.62 mm, próprias para arma de guerra, e ainda 2.550 euros em dinheiro.
Além dos dois detidos, foram constituídos arguidos outros dois homens e uma mulher, revelou ainda a PSP.
A burla não é nova: a PSP alerta há anos para esta prática, mas em março registou um aumento do crime em em parques de estacionamento e postos de combustível.
ZAP // Lusa