Porta misteriosa em Marte não é entrada para casa de extraterrestres

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NASA / JPL-Caltech / MSSS

Imagem capturada em Marte pelo Curiosity

Uma fotografia capturada em Marte e partilhada pela NASA parece mostrar uma porta de entrada no meio do Planeta Vermelho, mas na verdade tem uma explicação mais plausível.

A imagem, captada pelo Curiosity na semana passada, mostra claramente uma fenda retangular na face da rocha e, talvez inevitavelmente, gerou teorias de conspiração que apontam para ela como evidência de vida extraterrestre no Planeta Vermelho.

Quando olhamos para o céu, vemos coisas que não estão realmente lá — quer sejam imagens em constelações, um rosto na lua ou uma “cabana misteriosa” avistada por cientistas chineses, que afinal é apenas uma rocha.

A explicação para a “porta” em Marte é, na verdade, bastante simples, e está na própria fotografia, se olharmos mais de perto, realçam os investigadores.

O formato surgiu através de “processos geológicos normais“, segundo explicou Sanjeev Gupta, professor no Imperial College London, ao The Daily Telegraph.

Uma fenda ou fissura profunda é visível dentro da “porta”, indicando uma fratura na rocha — algo que acontece tanto em Marte como na Terra, e que pode ter ocorrido em qualquer altura, nos últimos cem milhões de anos.

“A fenda é uma fratura e são abundantes em Marte e na Terra — não há necessidade de extraterrestres para elas aparecerem”, acrescenta o também geólogo, que trabalha na missão do Curiosity com a NASA, segundo a Sky News.

“Não há absolutamente nada de estranho na imagem — estes são apenas processos geológicos normais”, sublinha Gupta.

A perspetiva também entra em jogo, com a NASA a explicar que a fissura só parece ser uma porta de tamanho normal por a imagem estar bastante ampliada. A fenda é na realidade uma pequena fenda numa rocha, explicou um porta-voz da NASA.

“Os investigadores da equipa sublinharam quão pequena é” —  cerca de 30 centímetros por 45 centímetros — adianta o mesmo porta-voz.

Segundo os especialistas, “há fraturas lineares ao longo deste afloramento, e este é um local onde várias fraturas lineares se intersetam”, acrescenta.

A boa notícia é que o Curiosity continua à procura de vida em Marte, ou pelo menos de sinais de que já existiu vida no Planeta Vermelho.

O rover da NASA aterrou na cratera de Jezero a 18 de fevereiro do ano passado e tem vindo a recolher amostras e a enviar imagens. Deverá passar pelo menos dois anos a explorar a área.

ZAP //

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