Apesar das garantias dadas pelo Governo, há menos de 300 novas camas em residências estudantis para o ano letivo que arranca agora.
No início do ano passado, o Governo anunciou o Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES) que previa que, neste ano letivo, fossem criadas 2.500 camas em residências estudantis. No entanto, segundo o Público, só foram criadas cerca de 300 novas vagas para alojamento de alunos do ensino superior.
Na altura do anúncio do PNAES, existiam 15.965 camas a preço regulado, em residências estudantis, para estudantes universitários. O Governo de António Costa anunciou assim um plano para aumentar a oferta em 12 mil camas ao longo de quatro anos e duplicar a oferta até 2030.
A promessa para este ano era a abertura de 2.500 novas camas.
De acordo com o Público, o número de novas camas disponibilizadas neste ano letivo não chega às três centenas. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, tutelado por Manuel Heitor, não respondeu às perguntas sobre o número de camas, mas o diário escreve que é possível fazer as contras através dos dados divulgados pelo próprio ministério.
Desta forma, às 18.455 camas disponíveis este ano, é necessário retirar as 4.500 camas disponíveis para os alunos em hotéis, pousadas da juventude e unidades de alojamento local. Isto significa que há mais 16% de oferta do que no ano passado e a maior oferta dos últimos anos no alojamento estudantil.
Contudo, se a esse total retirarmos, para além das 4.500 camas, as 2.818 camas que têm como objetivo assegurar o cumprimento das normas da DGS, nomeadamente o distanciamento mínimo entre camas em quartos partilhados, o ganho em relação ao ano passado é de apenas 208 camas.
A estas 208 camas que existem a mais relativamente ao ano passado, somam-se menos de 100 em algumas residências estudantis que, mais recentemente, reforçaram a sua capacidade. Contas feitas, são menos de 300 novas camas no sistema de residências estudantis.
Superior adapta-se à pandemia
Em algumas instituições de ensino superior serão realizados testes aleatórios de despistagem da covid-19. A Universidade de Coimbra, por exemplo, anunciou que vai testar 100 pessoas por dia para detetar casos de covid-19 entre estudantes, professores e funcionários.
Segundo o Público, os institutos politécnicos de Bragança, Viana do Castelo, Porto, Leiria, Castelo Branco e Setúbal vão seguir o mesmo caminho e os resultados dos testes serão usados num projeto e investigação.
Por sua vez, a Universidade de Évora criou um pórtico de desinfeção na entrada do claustro do Colégio do Espírito Santo que garante que quem passe para lá daquele local está devidamente higienizado. No interior do edifício, as 13 salas vão estar equipadas com humidificadores para facilitar a desinfeção.
Quase todas as instituições vão optar por estratégias de ensino misto, que combina aulas presenciais com sessões à distância. Nas turmas de 300 ou 400 alunos, a Universidade de Coimbra vai instituir um sistema de rotatividade, tal como a Universidade do Porto, a Universidade da Beira Interior e a Universidade Novas de Lisboa.
A generalidade das instituições vai manter o mesmo horário de funcionamento, com aulas entre as 8h00 e as 20h00. Em casos pontuais, há um prolongamento para os horários noturnos. A opção pelos sábados para aulas para ministrar aulas de licenciatura também é residual.
Do prometer ao fazer ainda vai uma grande distância, mas já estamos tão habituados que nem já estranhamos!