Depois da saída de António Domingues, anunciada este domingo à noite, segue-se a demissão de mais seis administradores. O primeiro-ministro já afirmou que um novo nome para a presidência da Caixa será anunciado ainda esta semana.
A Caixa Geral de Depósitos comunicou esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a renúncia ao cargo do seu presidente, António Domingues, bem como de seis vogais do conselho de administração.
Do elenco que compõe o conselho de administração da CGD, além do presidente, saem três administradores executivos e outros três não executivos.
Segundo a nota enviada pela Caixa ao mercado, renunciaram aos cargos os administradores executivos Emídio da Costa Pinheiro, Henrique Noronha Menezes e Paulo Rodrigues da Silva. Saem também os administradores não executivos Pedro Norton de Matos, Angel Corcóstegui Guraya e Herbert Walter.
Desta forma, restam apenas quatro membros em funções: João Paulo Tudela Martins, Pedro Humberto Monteiro Durão Leitão, Tiago Ravara Belo de Oliveira Marques e Emílio Rui Vilar.
O primeiro-ministro já reagiu à demissão em massa da nova equipa da Caixa e garantiu que ainda esta semana será anunciado o sucessor de Domingues.
“Esta semana apresentaremos o nome”, afirmou António Costa esta manhã aos jornalistas, durante uma visita à fábrica da Peugeot, em Mangualde.
Esta manhã, a SIC Notícias avançou que o presidente demissionário ia entregar a sua declaração de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional. Esta será uma forma de mostrar que a sua demissão nada tem que ver com a polémica das declarações.
Segundo o canal televisivo, Domingues terá pedido para abandonar o cargo porque considerou que a Caixa já era um assunto “demasiado politizado” e, por isso, “qualquer decisão que tomasse seria usada como arma entre os partidos”.
Entretanto, fonte do Palácio Ratton já confirmou à Lusa que vários elementos da administração da CGD entregaram hoje as suas declarações de rendimentos e património.
A demissão do ex-Presidente foi anunciada ontem à noite através de um comunicado do Ministério das Finanças, que acrescentou ainda que “a renúncia só produzirá efeitos no final do mês de dezembro”.
Por seu lado, a Comissão Europeia aguarda que o Governo nomeie uma nova equipa de gestão, sem comentar o caso.
“A Comissão tomou conhecimento do anúncio. Aguardamos que as autoridades portuguesas apresentem uma nova equipa de gestão”, disse um porta-voz do executivo comunitário à Lusa, sem fazer qualquer comentário ao processo que resultou na demissão de António Domingues.
Demissão “já só peca por tardia”
As primeiras reações partidárias ao anúncio da demissão surgiram por parte do Bloco de Esquerda e do PCP.
A bloquista Mariana Mortágua considerou que a demissão “já só peca por tardia” porque “quem não reconhece a lei não serve” para o banco público.
“A demissão de António Domingues da presidência da administração da CGD já só peca por tardia. O inexplicável arrastamento deste processo ao longo de três meses foi prova de uma irresponsabilidade que agora se encerra”, afirmou.
“Quem se demite por não estar disposto às regras de transparência a que o cargo obriga, nunca esteve à altura de assumir esse cargo”, disse ainda.
Já o dirigente comunista Jorge Pires disse desejar que a CGD ajude a economia portuguesa, sem atender aos “falsos argumentos” de CDS-PP e, sobretudo, PSD que “escondem o objetivo da privatização” do banco público.
Do lado da oposição, o porta-voz do CDS-PP, João Almeida, acusou hoje o Governo socialista, nomeadamente o primeiro-ministro, de “incompetência e irresponsabilidade”.
“O CDS assinala aquele que é mais um momento grave”, afirmou o democrata-cristão, em conferência de imprensa no Parlamento, sublinhando que há “um ano de incompetência e irresponsabilidade do Governo do PS apoiado pelas esquerdas”.
Para o dirigente centrista, “este Governo teaim de ser responsável na gestão da CGD e até ao momento não o tem sido” e houve uma “tentativa do Governo, especificamente do primeiro-ministro, de gerir com a ligeireza que normalmente gere”.
ZAP / Lusa
Olha meu caro, a declaração agora entregue nada justifica, é somente uma forma e desculpa mal arranjada que pretende mostrar aquilo que o cavalheiro não é. Agradecido dos seus favores,… nunca cá deveria ter entrado,.. é um mau funcionário, de fraco carácter! Ja agora, que entrega a declaração e procura mostrar que esta tão bem da vida, com honestidade e sentimentos em completo,…. olhe, entregue então os seus ordenados, como homem de principios que pretende demonstrar ser,… ficava-lhe melhor.
O que fez nestes pouquissimos meses não vale mais do que o que teria feito qualquer marçano,.. bem pior ainda,….! Com a sua atitude, vaidade e procedimento só prejudicou e empatou seriamente um processo bem necessario e da ambição de todo o País. O cavalheiro afinal, além de pobre vaidoso, é um homem fraco de sentimentos, e sobretudo pretensioso.
A direita obteve o que queria , mas tanto lutou que o queria fez ricochete, se eram as declarações ontem, amanhã seriam as cartas da namorada …. não se estranha … já se serviram de almofadas para deitar bancos para o lixo haja paciência!!
Entregou a declaração porque assim a lei obriga, mesmo quando se demitem, porque se não o fizer pode ficar impedidos de trabalho no sector (bancário) por vários anos. PORTANTO SÓ SE ESTÁ A DEFENDER, não existe aqui nenhuma boa vontade ou querer mostra-se sério.
Todo este imbróglio foi montado pelo senhor Costa ao passar por cima da lei e ao aceitar a estes senhores a não declaração de rendimentos e penso que nova novela deve já estar na forja, por exemplo pôr alguém bem próximo do seu partido a gerir a CGD politizando ainda mais a instituição já de si abalada com tantas incompetências e incertezas e transformando-a em mais uma peça do regime.