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Cabrita pede abertura de inquérito a fuga de 17 migrantes. Cinco já terão sido apanhados

Mário Cruz / Lusa

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita

O ministro da Administração Interna pediu a abertura de um inquérito à fuga de 17 migrantes do norte de África que desembarcaram em setembro no Algarve e fugiram, durante a madrugada, do quartel em Tavira onde estavam instalados.

Em comunicado, o Ministério da Administração Interna (MAI) adianta esta quinta-feira que o inquérito se destina “ao apuramento das circunstâncias da referida fuga e de eventuais responsabilidades disciplinares de elementos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e da Polícia de Segurança Pública (PSP)”.

“O ministro da Administração Interna determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) a instauração de um processo de inquérito sobre os factos relacionados com a fuga de 17 cidadãos estrangeiros que se encontravam instalados no Quartel da Atalaia, do Regimento de Infantaria n.º 1 do Destacamento de Tavira, ocorrida na madrugada de hoje [esta quinta-feira]”, lê-se na nota.

Os 17 migrantes integravam um grupo de 28 elementos que desembarcou na ilha Deserta, em Faro, e que foi depois, por ordem judicial, colocado à guarda do SEF até ao seu afastamento de Portugal por entrada irregular no país.

O grupo incluía também três mulheres, uma delas grávida, e um menor, mas apenas os 24 homens do grupo estavam instalados no quartel do destacamento de Tavira, segundo adiantou o SEF em comunicado divulgado esta quinta-feira.

A mesma fonte acrescentou que as “autoridades policiais já localizaram dois cidadãos, tendo um sido transportado para o Hospital de Faro, depois de se ter ferido num pé durante a fuga, e outro encontra-se nas instalações da PSP de Tavira”.

A RTP, que avançou inicialmente a notícia, detalha que dois dos migrantes foram logo detidos pela manhã, revelando ainda que outros três terão sido apanhados por volta da hora do almoço – estarão agora em fuga 17 pessoas.

Além dos 24 homens instalados no quartel de Tavira, as três mulheres que integravam o grupo “foram instaladas na Unidade Habitacional de Santo António, no Porto”, enquanto o “menor foi entregue ao Tribunal de Família e Menores de Faro”, esclareceu ainda o SEF.

Os migrantes oriundos do Norte de África foram intercetados na ilha Deserta a 16 de setembro e foram depois ouvidos no Tribunal Judicial de Faro por entrada e permanência irregular em território nacional, tendo sido aplicada como medida cautelar o seu afastamento de território nacional. A embarcação em que os 28 migrantes chegaram à ilha tem cerca de sete metros e é semelhante às usadas nos outros cinco desembarques ilegais registados na região desde dezembro.

Este foi o sexto de desembarque ilegal na costa algarvia envolvendo migrantes do Norte de África. O anterior tinha acontecido em julho, quando um grupo de 21 homens, alegadamente marroquinos, desembarcou na ilha do Farol, também no concelho de Faro.

ZAP // Lusa

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