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Cabeça de lista do PS às Europeias quer mais taxas para empresas transnacionais

André Kosters / Lusa

Pedro Marques, Ministro Planeamento e das Infraestruturas

O cabeça de lista do PS para as eleições europeias, Pedro Marques, pediu um reforço do financiamento da União Europeia através do aumento de impostos transnacionais.

Em entrevista à Renascença e ao Público, o ex-ministro do Planeamento e atual cabeça de lista do PS às eleições europeias, Pedro Marques, pediu o reforço do orçamento da União Europeia através da taxação de empresas transnacionais.

Apesar de defender assumidamente o aumento do financiamento próprio da UE através da subida de taxa, Pedro Marques garante que “não vale a pena agitar papões do tipo dos impostos europeus, que nem estão previstos nos tratados”. Esta é, afirma, “a única forma de fazer um orçamento europeu mais ambicioso sem pedir mais impostos aos cidadãos”. A posição de Pedro Marques está em sintonia com a do PSD, adianta o Observador.

O CDS opôs-se à medida, e o ex-ministro criticou o partido. “Eu não consigo compreender a posição do CDS que vem dizer ‘esse tipo de evolução não’ mas ao mesmo tempo defende mais ambição para o orçamento europeu, então, provavelmente, está a defender mais impostos sobre os portugueses“, atirou.

O orçamento europeu não se financia do éter. Ou se financia com receitas nacionais transferidas para a Europa ou com receitas próprias da UE. Estamos disponíveis para discutir receitas próprias da UE que correspondam a novas contribuições de empresas do sector digital ou das transações europeias. Aliás, nunca conseguiremos taxar essas empresas se avançar um país individualmente”, afirmou.

“Se determinarmos que taxamos essas multinacionais que hoje pagam pouco ou quase nada em sítio nenhum, fazendo dessa uma receita europeia, não temos que criar nenhum imposto adicional ou aumentar impostos no país. Todos lutamos pelo mesmo, mais ambição para o orçamento europeu. Mas depois há os que acham que é possível haver receitas próprias europeias para não taxar os cidadãos nacionais e há os outros que, ao não dizer a primeira coisa, provavelmente estão a defender mais impostos em Portugal, como talvez seja o caso do CDS“, continuou Pedro Marques.

Na entrevista, o cabeça de lista socialista não revelou se se projetava como futuro Comissário Europeu, depois do final do mandato de Carlos Moedas, indicado pelo PSD de Pedro Passos Coelho. “Não quero apoucar estas eleições ao responder a essa pergunta” sublinhou.

No entanto, Pedro Marques garantiu estar confiante de que “Portugal estará certamente muito bem representado no papel que terá na futura Comissão Europeia” devido ao “trabalho do António Costa nestes anos, do prestígio que alcançou a nível europeu, deste exemplo” que esta forma de governar “pôde representar a partir de agora”.

Durante a entrevista, Pedro Marques sublinhou ainda o “profundo europeísmo” do PS, que não quer ser “nem a Europa da troika nem a Europa do Brexit”, ou seja, nem “a direita europeia que procurou sancionar Portugal nem essa Europa do Brexit, dos aventureirismos, de preparação de saídas que ninguém sabe o que seriam… Ou dessa insatisfação com o projeto europeu que parece que está sempre a raiar a ideia da saída da União Europeia”.

Além disso, enfatizou a estabilidade interna do PS que, segundo o próprio, não precisa de “mandar figuras do passado para as eleições europeias para apaziguar problemas internos”, por o partido ter “a felicidade de ter um secretário-geral que tem dado espaço de crescimento a muita gente que representa uma nova geração no PS e tem dado provas concretas”.

Apesar de não se propor a liderar o PS, Pedro Marques diz-se feliz com a presença de novas gerações próximas das estruturas de poder do partido. “António Costa tem tido uma capacidade notável de preparar o futuro do Partido Socialista e daquilo que serão os futuros protagonistas.”

ZAP //

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