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Cabaz de alimentos essenciais já custa mais de 200 euros (e o carapau disparou)

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Desde que a guerra na Ucrânia começou, o preço de um cabaz de bens alimentares já aumentou mais de 19 euros. Para abastecer a despensa de alimentos essenciais, os consumidores podem agora ter de gastar mais de 200 euros.

O preço de um cabaz de bens alimentares essenciais registou, entre 20 e 27 de abril, um aumento de 2,14 euros (mais 1,07%), passando a custar um total de 202,94€ , indica um estudo da DECO publicado esta sexta-feira.

Desde que a associação de defesa do consumidor iniciou esta análise, a 23 de fevereiro, um dia antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, o preço do mesmo cabaz já aumentou 10,51%, ou seja, 19,31 euros.

Desde fevereiro, a DECO monitoriza todas as quartas-feiras, com base nos preços recolhidos no dia anterior, os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.

O estudo começa por calcular o preço médio por produto em todas as lojas online disponíveis no simulador de preços da DECO, e soma o preço médio de todos os produtos, obtendo o custo do cabaz para um determinado dia.

Esta análise tem revelado aumentos quase todas as semanas, com alguns produtos a registarem subidas de preços de dois dígitos de uma semana para a outra. Entre 20 e 27 de abril, por exemplo, o preço do carapau aumentou 14% (mais 0,53 cêntimos).

O preço dos flocos de cereais de mel também foi dos que mais subiram nesta última semana (mais 0,23 cêntimos), chegando aos 1,95 euros.

Pedro Nunes / DECO

Evolução do preço de um cabaz de bens alimentares essenciais em 2022, dados de 23 de fevereiro a 27 de abril

Analisando exclusivamente as categorias de produto com maiores subidas de preços entre 23 de fevereiro e 27 de abril, a carne e o peixe são as que mais se destacam, com incrementos percentuais de 11,95% e 20,49%, respetivamente.

De 20 a 27 de abril, os produtos que registaram os maiores aumentos de preço foram o carapau e os flocos de cereais de mel, com um aumento de 14%; o peixe-espada-preto e o atum posta em azeite, com uma subida de 9%; a pescada e o atum posta em óleo vegetal, com um incremento de 8%; e os douradinhos de peixe, a bolacha Maria, os medalhões de pescada ultracongelados e a alface frisada, que sofreram um aumento de preço de seis pontos percentuais.

Porque aumentaram os preços?

O problema é histórico, explica a DECO. Portugal está altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno.

Atualmente, estes representam apenas 3,5% da produção agrícola nacional — sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16 por cento).

E se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o País a importar cerca de 80% dos cereais que consome.

A invasão da Rússia à Ucrânia, de onde provém grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, e em Portugal, veio, por isso, pressionar ainda mais um setor há meses a braços com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks.

A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente da energia, necessária à produção agroalimentar, podem, por isso, estar a refletir-se num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor.

No peixe, por sua vez, a subida dos preços poderá estar a refletir o aumento dos preços dos combustíveis, que tem um elevado impacto na indústria da pesca.

ZAP // DECO

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7 Comments

  1. Como alguém disse… Que raio de sanções à Rússia são estas em que o euro apenas em 2022 já perdeu mais de 13% em relação ao rublo e também em relação ao dollar ? Aliás o euro perde para todas as principais moedas enquanto curiosamente o dollar ganha a todas. O valor dos 13% que o rublo ganha ao euro é superior ao valor dos prejuízos causados pelas sanções. Acordem portugueses, as sanções não são contra a economia russa mas sim contra a economia europeia. É a agenda 2030 a todo o vapor. O caminho do colapso da nossa moeda para a criação de uma nova moeda digital está mais perto do que muitos imaginam.
    Dizem que metem sanções à Rússia mas quem se prejudica mais é a Europa, já repararam? É isso que tem estado a acontecer com o custo de vida das pessoas a aumentar como não se via há muitos anos. No entanto os grandes oligarcas do mundo enriquecem cada vez mais como por exemplo a Repsol a duplicar os lucros logo no primeiro trimestre do ano.

  2. Sabendo que com politicas sérias e meno roubos por parte dos pseudo politicos podiamos ser autosuficientes mas como desde 74 somos desgovernados por ladrões vendidos agora é o caminho para a decadência total.
    Lembrem-se que os que lideram essa agenda comparados connosco que trabalhamos vulgo povo são muito menos logo era uma questão de união e eles largam a agenda muito rápidamente mas com a criação e ensino de ideologias de género em vez de Homens isto já lá não vai pois hoje estamos rodeados de mer.. de gentinha cobarde.

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