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Boris perde proposta para interromper Parlamento durante congresso

Andy Rain / EPA

Boris Johnson

O Governo do primeiro-ministro britânico perdeu uma votação, esta quinta-feira, para que o Parlamento suspendesse os trabalhos durante três dias, ou seja, durante a realização do congresso anual do partido Conservador.

A proposta do Governo britânico foi chumbada por 306 votos contra e 289 a favor.

Tem sido uma prática normal a interrupção dos trabalhos parlamentares durante o congresso dos principais partidos com representação na Câmara dos Comuns, nomeadamente o Conservador, o Trabalhista e o dos Liberais Democratas, mas não acontece durante os congressos dos restantes partidos.

Porém, os deputados da oposição chumbaram esta proposta por considerarem que o Parlamento esteve fechado indevidamente durante vários dias, e que seria numa época sensível devido à proximidade da data do Brexit, a 31 de outubro.

O congresso do partido Conservador tem início marcado para domingo em Manchester e conclusão na quarta-feira e encerra a “época” dos congressos dos grandes partidos, que começou o dos Liberais Democratas (14-17 setembro) e continuou com o do partido Trabalhista (21-25 setembro).

O encontro dos militantes trabalhistas foi perturbado e o líder, Jeremy Corbyn, forçado a precipitar para terça-feira à tarde o discurso programado para quarta-feira devido à reabertura do Parlamento, na sequência da decisão do Supremo Tribunal britânico, que invalidou a suspensão decretada pelo governo.

Na terça-feira o Supremo Tribunal britânico decidiu que a suspensão decidida pelo Governo era “ilegal, nula e sem efeito” e o Parlamento, fechado desde 10 de setembro, voltou a reunir-se, antecipando a reabertura, que estava prevista apenas para 14 de outubro.

No regresso ao Parlamento, tendo de abandonar mais cedo a Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque, Boris Johnson desafiou a oposição a avançar com uma moção de censura contra o Governo para forçar eleições antecipadas.

Na resposta, Corbyn renovou o apelo à demissão do primeiro-ministro na sequência da decisão do Supremo. “Eu quero umas eleições nacionais. É muito simples: se ele quer umas eleições, garanta uma extensão do Brexit e vamos para eleições”.

No início de setembro foi promulgada uma lei que obriga o primeiro-ministro a pedir formalmente um adiamento da data de saída da UE por três meses, até 31 de janeiro, se não for alcançado um acordo até 19 de outubro nem for autorizado pelos deputados um Brexit sem acordo.

ZAP // Lusa

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