Advogados garantem “boom” de divórcios depois do confinamento

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Com as conservatórias a funcionar a meio gás devido às medidas de combate à pandemia de covid-19, abril registou uma descida significativa no número de divórcios e de casamentos.

De acordo com o semanário Expresso, neste mês de abril, 160 casais quiseram divorciar-se, uma descida de 86% comparativamente com o mês homólogo de 2019, em que se registaram 1132 divórcios.

Por outro lado, 102 casais decidiram casar-se este mês, mesmo neste período de confinamento, sendo uma redução de 92% relativamente a abril do ano passado, em que foram celebrados 1423 casamentos.

Em março também já se notava esta descida. Foram registados 744 divórcios, uma redução de 46% quando comparado com o mês homólogo de 2019 (1368), e 956 casamentos, um decréscimo de 23%.

Segundo o jornal, cerca de 80% dos casamentos foram apenas adiados, para o último trimestre do ano ou para o primeiro do próximo, devido a esta crise sanitária. Porém, no caso dos divórcios, este período de quarentena trouxe também um aumento de pedidos de informação junto de advogados.

Em declarações ao Expresso, Ricardo Marques Candeias, advogado especializado em divórcios, explica que estão “com o triplo de contactos”. “As pessoas continuam a ligar para pedirem esclarecimentos, mas depois também aumentou o número de pessoas que realmente querem avançar“, declara.

O advogado acrescenta que esta situação se verifica sobretudo em casais com filhos pequenos, dizendo que, “se for mais do que um”, então é que é “a desgraça total”.

Ângela Vieira, advogada e especialista em direito da família, também corrobora esta situação. O aumento de pedidos de informação originou “imensos processos assinados e preparados para serem submetidos quando a normalidade retomar”.

Estes advogados não têm dúvidas de que, quando as conservatórias voltarem ao ritmo normal de trabalho, se vai verificar um “boom” de processos de divórcio. E a China é a prova disso.

Em Xi’an, cidade com 12 milhões de habitantes, os divórcios aumentaram exponencialmente nas duas semanas seguintes ao fim da quarentena, chegando a números nunca antes vistos.