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Boeing já sabia dos problemas com o 737 antes dos acidentes

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A Boeing já sabia das anomalias no modelo 737 Max um ano antes da queda do avião da Lion Air na Indonésia em 2018. Na altura, a empresa não comunicou o problema às companhias aéreas nem à Administração Federal de Aviação.

Um comunicado da Boeing, divulgado este domingo, indica que a empresa sabia dos problemas com o modelo da aeronave americana, apesar de não ter feito nada para resolver a anomalia. A queda do avião da Lion Air, em outubro de 2018, matou 189 pessoas, não deixando sobreviventes.

A CNN explica que a Boeing já tinha reconhecido que havia um problema com um sistema de alerta que “não funcionava em todos os aviões”. O comunicado da empresa de aviação sugere que o sistema defeituoso “não teve um impacto negativo na segurança ou no controlo da aeronave”.

Não se sabe se o problema com o sistema de alerta teve influência direta nas quedas dos aviões da Lion Air e da Ethiopian Airlines, que juntos mataram 346 pessoas.

Relatórios preliminares das investigações às quedas destes aviões sugerem que o sistema Angle of Attack (AOA) poderia apresentar problemas, levando a que fosse acionado um software que empurra o nariz do avião em direção ao solo, fazendo com que os pilotos perdessem o controlo do avião.

“Em 2017, poucos meses depois do início da entrega dos aviões 737 Max, os engenheiros da Boeing identificaram que o software do painel do 737 Max não atendia aos requisitos de alerta da AOA”, assume a empresa em comunicado.

A Boeing apenas informou em relação aos problemas com este sistema depois da queda do avião da Lion Air e, só depois da queda do avião da Ethiopian Airlines, é que revelou mais detalhes. Segundo a Business Insider, só seis semanas depois é que a informação chegou a público e ao chefe da FAA, Daniel Elwell.

Elwell só terá sabido do problema com o modelo da Boeing após ter lido sobre o tema nas notícias. Também as companhias aéreas foram informadas com um grande espaçamento. A Southwest Airlines terá sabido do problema em novembro de 2018, enquanto que a United Airline só soube do sistema defeituoso em março de 2019.

A Boeing fará agora deste sistema uma componente padrão das aeronaves, já que antes a empresa tinha, acidentalmente, feito destes sistemas uma funcionalidade opcional.

ZAP //

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