Sociólogo acusado de assédio sexual concedeu a primeira entrevista desde as denúncias. E acha que a guerra na Ucrânia foi provocada pelos EUA.
“Um dos problemas é que as pessoas já nem leem as refutações, por se se está em ‘tolerância zero’, o que conta é a denúncia. E não é verdade, porque temos de ver os factos.”
“Cometi erros, actos incorretos, mas nunca crimes. Estou muito tranquilo, confiante de que a verdade triunfará”.
Boaventura de Sousa Santos cedeu a sua primeira entrevista desde que foi acusado de assédio sexual quando estava no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
A conversa foi publicada no YouTube, no canal da VIPR – Varna Peace Institute, um instituto que investiga conflitos, política global e desarmamento.
Boaventura deixou exemplos dos seus “certos actos incorrectos”, que uma pessoa da sua “geração” cometia: “Coisas incorrectas que podem ser consideradas coisas machistas e chauvinistas, como dizer ‘hoje está particularmente bonita’ ou ‘muito bem vestida’ – coisas que hoje não se podem dizer mas que em 2010, 2000, provavelmente podia dizer e não era ofensivo. Há realmente uma mudança na sociedade e temos de a respeitar”.
O livro
O professor não vê no capítulo (do livro que o denunciou) qualquer carácter científico e sente-se vítima de uma “vingança” pessoal da autora principal, Lieselotte Viaene.
E revela o que tinha acontecido com essa investigadora, quando ambos estavam no CES: “Foi expulsa do nosso centro. Tivemos de instaurar um processo disciplinar contra esta mulher, por conduta inapropriada, e ela prometeu vingança quando se foi embora, disse isso na altura a algumas colegas”, cita o Diário de Notícias.
Além disso, segundo Boaventura, uma das outras duas autoras do livro (uma delas é a portuguesa Catarina Laranjeiro), disse que aquele artigo “não era para ser contra o ‘Professor Estrela’, porque o admiramos, mas a versão final é da belga e ela pôs tudo em cima do professor porque se queria vingar”.
Em relação à revisão científica, o professor duvida dos revisores: “A bibliografia não tem nada a ver com a parte empírica, que se baseia naquilo a que chamam ‘rede de murmúrios’. Nunca fizeram uma entrevista“.
Boaventura de Sousa Santos sabia “há algum tempo” que a venda do livro foi suspensa, embora não saiba mais detalhes. E acha que a editora Routledge deveria ter feito isso há mais tempo: “Só se aperceberam meses depois de destruírem a minha imagem e depois de me causarem irrecuperáveis prejuízos a nível pessoal e profissional”.
“Entendo a suspensão como um reconhecimento, ainda que tardio, de que o artigo não devia ter sido publicado”, analisa.
O sociólogo quer apresentar as suas provas, entre “documentos, emails, faxes” junto da comissão independente que o CES ainda está a criar.
Feminismo
A conversa foi com Josef Muehlbauer, um cientista político, seguidor de Noam Chomsky, anarco-sindicalista e feminista-queer, lê-se no Twitter.
O movimento feminista foi assunto nesta entrevista e Boaventura falou sobre “os que seguem o tipo de movimento #metoo, dos EUA, e a ideia é tolerância zero – uma denúncia é uma condenação. As feministas mais novas acham que o homem é o inimigo“.
O professor assegura que sempre foi feminista, mas deixa o aviso: “Temos de distinguir lutas genuínas“.
E sublinhou que não tem a possibilidade de se defender: “Não posso ir para os jornais expor a minha posição, porque dizem ‘OK, é a sua posição mas a posição da mulher prevalece’. Acho que em 90% dos casos podem estar certos, mas às vezes estão errados“.
Guerra
Pelo meio da entrevista, abordou também a guerra na Ucrânia. E repete que foram os EUA a provocar o conflito.
“Sou quase a única voz em Portugal contra a guerra na Ucrânia. Fui muito contra a invasão ilegal da Ucrânia pela Rússia. Mas a partir desse momento, porque vivo nos EUA há tanto tempo, sei que esta guerra foi provocada pelos EUA para neutralizar a Rússia – e para tentar neutralizar a China“.
Por ser “quase” a única figura pública conhecida a dizer isto nos jornais, queixa-se que foi silenciado: “O que tenho dito causou escândalo e havia interesse em calar-me. E, de facto, calaram-me: publico as minhas crónicas mas não nos principais jornais, como costumava fazer.”
Caso Boaventura de Sousa Santos
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Ele pode sempre defender-se, não sei do que se queixa, as mulheres que ele assediou tiveram menos hipoteses de defesa. Durante anos a sua credibilidade foi superior à das vitimas isso agora mudou e a culpa não é certamente das vitimas .
pois é filho. Pensavas que podias fazer o que te apetecesse mas finalmente e felizmente acabou a brincadeira. Não tenho muita esperança de te ver onde merecias estar, de fatinho às riscas, porque se fores a julgamento fazes como o outro que diz que não se lembra e apresenta sinais de demência
E ainda este tentou de início explicar isto segundo uma dimensão sociológica da coisa!!! Só pode ser para gozar. Uma comédia total. Sociologicamente, caiu o pano e ficou tudo à vista. Essa é que é a realidade. Alguns, com poucos escrúpulos, que na sua realidade têm algum poder, usam-no em seu proveito, atropelando tudo e todos. Não será mais isto o que todos estamos a assistir neste caso? Fica a dúvida.
“Nem me posso defender porque a posição da mulher é que prevalece sempre”
Pois é, Boaventura. Durante anos andaste a patrocinar todo o feminismo, wokeismo e culto da vitimização que havia. Karma is bitch!
Desde o início da carreira do Doutor BoaVentura que os cenários de que se serviu estão cheios de vidraças estilhaçadas, não pelas pedras que agora lhe atiram, mas porque construiu o seu palácio sobre ficções e aproveitamentos pessoais. Ainda me lembro quando no início se auto-projectou com a falecida Cooperativa de Carteiros do Barcouço, que dizia de sua intervenção, mas que não o vi nos pinhais na altura de os limpar ou recolher a resina e outros trabalhos, ou quando moribunda já não a “intervencionava”, apenas o vi numa lancharada. N altura aproveitou os ventos políticos de então associando-se a certos grupos políticos de esquerda para trepar na hierarquia. Os seus trabalhos estão fortemente “contaminados” pelos trabalhos dos alunos que lhe os deram de bandeja, o Observatório da Justiça e Centro de Investigação, foram mais uma necessidade de legitimar o seu poder do que um acto criador de cientista, mas alimentado pelos bolseiros ; Aliás ele não desenvolveu nada de novo, nem nunca permitiu nada de novo aos seus bolseiros, porque a ameaça de enveredarem por algo que ele não controlasse era grande; Nunca compreendi como lhe deram a mão ao arrogar-se à posição de sociólogo a que ascendeu.
Não perco tempo com gajos menores.