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Bloco quer acabar com as propinas nos próximos três anos

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Esquerda.Net / Flickr

A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins

A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins

O Bloco de Esquerda entregou um projeto de resolução ao Governo onde defende um plano para acabar com as propinas nas instituições de ensino superior públicas, em três anos.

De acordo com o Diário de Notícias, a solução do partido passa por garantir “transferências financeiras” para as instituições de ensino superior que “compensem a redução do seu financiamento por via” das propinas – que representam 23% do orçamento (cerca de 330 milhões de euros) de universidades e escolas públicas.

O jornal adianta que o PS ainda não antecipa o sentido de voto a este projeto, mas o fim das propinas no primeiro ciclo universitário faz parte das exigências dos deputados da Juventude Socialista (JS).

O secretário-geral da JS que deixou no fim de semana o cargo, João Torres, já defendeu publicamente esta iniciativa, e a linha é seguida pelo secretário-geral eleito, Ivan Gonçalves.

Ivan Gonçalves admite ao DN que “este não é um objetivo que se possa alcançar nos próximos anos“, e que, para já, o caminho “e o congelamento” das propinas e “começar a pensar em reduções graduais”.

Segundo o Bloco, o relatório Education at a Glance referente a 2015, revela que “o financiamento público ao ensino superior em Portugal é o menos representativo na Europa e na OCDE, representando apenas 54% (os restantes 46% ficam a cargo das famílias e dos estudantes)”.

“O valor médio na União Europeia é de 78,1% e nos países da OCDE de 69,7%”, escrevem os bloquistas na sua proposta, destacando que “as propinas não servem para melhorar a qualidade de ensino mas são hoje um recurso para pagar salários e despesas correntes das instituições”.

ZAP

10 Comments

  1. Exacto.
    As despesas fixas das universidades não vão aumentar, é? (Luz, gás, água, salários, etc?)
    Que imposto vão aumentar para financiar isto?

    • Os da Europa do Norte conseguem ter ensino público totalmente gratuito, porque não iremos nós conseguir?! Se isto fosse tudo bem gerido, já era gratuito há muito tempo…

      • Pois, acertou no busilís da questão: se isto fosse tudo bem gerido!
        Eu acrescentaria outro factor à equação, se a nossa economia/PIB fosse comparável aos da europa do norte.

      • Oh PJ, está correcto sim. Mas há tanta coisa mal neste país, que se fossemos enumerá-las todas, ficávamos aqui dias… eheheh
        Vou aqui adicionar à equação o nosso inimigo nº1, que é, sem dúvida, a corrupção. Enquanto houver pessoas a gerir o sistema e que só pensam no seu próprio umbigo e estão-se a lixar para todos os outros, não progredimos e o resultado está à vista de quem quer ver.

      • Não só neste país, infelizmente. Pulhas há e sempre houve. Depois… há também imitadores. Por isso, raras vezes algumas pessoas conseguem alcançar o poder e criar mecanismos de controlo da Pulhice. Que depois são desvirtuados ou até anulados quando os pulhas e seus sócios atingem o poder.
        Mas é a única via (porque a moral nunca funcionou, só os considerados “tolos” é que aderem).
        A preocupação monumental é quando se assiste à notória redução de mecanismos de defesa das pessoas não-tendencialmente corruptas. Quando se nomeia gente indecente e não há como se opor. Quando se aposta em gastos monumentais e obras “para complicar a vida” do cidadão comum mas que são (talvez) “bonitas” e não há nem denúncia prévia nem travão. Nem consequências.

  2. Ó CAMARADA “porta Voz” Bloquista, eu como contribuinte desculpo a tua ingenuidade…não te desculpo seres a causadora, uma vez mais, de mais e mais impostos, que está visto, é no que vai dar.
    Tem paciência mulher…arranja um homem que te ature.

  3. Não sei se para a realidade de Portugal essa seria uma boa opção. Gostaria de dar o meu depoimento.

    Eu nasci e vivo no Brasil e sou luso-descendente, aqui existem universidades públicas e particulares. As públicas são gratuitas e em geral de ótima qualidade.

    O que vejo aqui é que, na maioria dos casos, aqueles que são aceitos nas universidades públicas são os que estudaram nas melhores escolas nos ensinos básico e secundário.

    As melhores escolas do ensino secundário e básico em geral são as particulares e quanto melhor, mas caras são. A pesar disso existem muito poucas escolas públicas de qualidade e o acesso é dificílimo.

    Logo, em geral, as universidades públicas, a pesar de gratuitas e de boa qualidade, atendem na maioria das vezes aos que poderiam pagá-las.

    Eu mesmo não poderia ter pago uma universidade com as mesma qualidade da que estudei e estudei em escolas públicas de qualidade medíocre no Rio de Janeiro, mas consegui ser aceito em uma das melhores universidades públicas do Brasil.

    Mesmo assim precisei pagar um preço. Como não tive a ajuda dos meus pais para me sustentar eu precisei estudar e trabalhar ao mesmo tempo e aqui no Brasil as universidades são em tempo integral (poucas oferecem flexibilidade de horário). O salário mínimo é de R$ 880,00 (ou 241,00 EUR) e não supre mesmo as necessidades mais básicas. Acabei demorando o dobro do tempo necessário para concluir o meu curso.

    O meu caso foi uma exceção, a maioria dos casos não acontecem assim e isto torna ainda mais trágica a realidade de muitos no Brasil que sonham em ter um curso superior.

  4. O ensino universitário não é ensino, não passa de formações profissionais. Quem quer profissões à borla que pague. Os camionistas também pagam a sua carta de condução e não são ilibados desse custo, também é formação profissional. Depois são consultas de toda a espécie a 100 € com ou sem recibo ? Ensino gratuito e material didático até ao 12º.ano, e volto a dizer quem quizer formações profissionais que pague.

  5. Sim! Propinas gratuitas! Para suportar os custos pode ser criado mais um imposto. Eu adianto já o nome. Pode ser chamado imposto “esganiçada catrina”. Se não houvesse 230 tachos na A.R. criados por eles e para eles, este stupor andava a trabalhar no campo para comer e para saber o que custa a vida!!!

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