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Bloco e comunistas querem reestruturar a dívida e ameaçam não aprovar OE

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O PCP vai apresentar uma proposta para a renegociação da dívida. Uma revelação feita pelo deputado comunista Paulo Sá quando o Bloco de Esquerda também avisa que “dificilmente” aprovará o Orçamento se a dívida não for reestruturada.

“Em breve, o PCP apresentará na Assembleia da República uma iniciativa legislativa no sentido de renegociar a dívida, que é uma necessidade urgente do país para que este se possa desenvolver e libertar-se deste fado, e possa seguir o seu caminho de recuperação de rendimentos e melhoria da condição de vida dos portugueses”, disse o deputado Paulo Sá, do PCP, durante o Fórum da TSF, nesta sexta-feira de manhã.

Esta proposta dos comunistas deverá ser apresentada “nos próximos dias, ainda durante o Orçamento”, refere o mesmo deputado.

A proposta de Orçamento do Estado para 2016 vai ser discutida na especialidade entre 24 de Fevereiro e 4 de Março, devendo a votação final ocorrer a 16 de Março.

Comunistas e bloquistas já tinham deixado críticas a várias das medidas negociadas com a Comissão Europeia e prometem encostar Costa às cordas, na tentativa de amenizar a austeridade.

A revelação de Paulo Sá e a resolução saída do plenário nacional da tendência Plataforma Unitária, do Bloco de Esquerda, do passado dia 13 de Fevereiro, reafirma aquela ideia.

Esta Plataforma, que agrega figuras como Francisco Louçã, Catarina Martins e Mariana Mortágua, assume sem papas na língua que “o Novo Banco e a dívida são, a curto prazo, pontos de divergência e potencial conflito com o PS e o Governo“, cita o jornal i.

Neste texto de 14 pontos, a Plataforma bloquista frisa que a dívida constitui um “brutal constrangimento à política económica, ao investimento público, às políticas de emprego e ao financiamento do Estado Social”, defendendo assim a sua reestruturação.

“Sem outra política para a dívida, muito dificilmente o Orçamento do Estado para 2017 continuará o sentido de mudança que, mesmo mitigada, encontramos no OE deste ano.

A reestruturação da dívida continua no centro da nossa alternativa”, salienta-se no mesmo texto.

“Não travamos essa disputa para fragilizar o Governo nem como pretexto para romper o acordo com o PS, mas não aceitamos que a UE seja usada pelo PS como álibi dos seus recuos e cedências“, constata também o documento.

O deputado Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, referiu no Fórum da TSF que está previsto no acordo com o PS “um grupo de trabalho para avaliar a sustentabilidade da dívida externa”.

E do PS, o deputado João Paulo Correia referiu no mesmo fórum que a reestruturação da dívida “não é um tema proibitivo” e que “hoje é possível colocar em cima da mesa a hipótese de Portugal negociar com Bruxelas, tendo em conta que, pela primeira vez nos últimos anos, o país tem um Orçamento que foi negociado com a União Europeia e Eurogrupo”.

Todavia, João Paulo Correia alerta que é uma “matéria complexa e será altamente demorada”.

ZAP

8 Comments

  1. Tenho a impressão que este governo está cada vez mais parecido com um golfinho: vem cá acima, faz umas graçolas e volta para o fundo. Gostaria de estar enganado mas, para mim, isto vai de mal a pior.

  2. O PCP + BE acabarão por viabilizar o Orçamento para não caírem nas ruas da amargura, quanto à reestruturação da dívida não será assunto que estará apenas nas mãos do governo que eles próprios ajudaram a montar, bem longe disso, pois o aval teria de vir dos credores, será aconselhável no entanto que antes de concretizarem uma dívida que tenham a noção se terão ou não a possibilidade de a pagar no mais curto espaço de tempo possível mas aqui a esquerda nunca é esquerda a pedir depois para pagar é que já não é bem assim, pela mesma óptica também os credores poderão discutir se deverão ou não continuar a emprestar dinheiro a Portugal.

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