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Birmânia. Mais de mil pessoas morreram desde o golpe militar

Nyein Chan Naing / EPA

Números avançados podem não ser um reflexo da real dimensão do problema, defendem os ativistas. Junta Militar continua sem avançar com uma data para a realização de eleições, tal como prometeu desde que assumiu o poder.

Desde que a Junta Militar tomou o poder na Birmânia, a 1 de Fevereiro, mais de mil pessoas foram mortas como resultado da brutalidade exercida pelas forças do regime contra todos aqueles que se manifestaram contra o atual governo do país. Os números são avançados pela Associação de Assistência a Presos Políticos (AAPP), que tem vindo a registar os óbitos ocorridos neste contexto.

Os dados não mereceram qualquer comentário da Junta Militar, que tem por hábito desvalorizar estes relatórios e qualificá-los de exagerados — para além de afirmar que também militares foram mortos nestes confrontos. A AAPP, por sua vez, não contabilizou os militares falecidos nos dados apresentados, aponta o Público.

“Segundo os registos da AAPP, 1001 pessoas pessoas inocentes foram mortas“, disse à Reuters o secretário da associação, Tate Naing, que considera que o número atual é “muito superior”.

Para além das vítimas mortais, a associação revelou que, desde o golpe, 7338 pessoas foram detidas, das quais 5730 ainda se encontram presas atualmente. No último mês, pelo menos 92 civis foram mortos, incluindo adolescentes, ativistas estudantis e membros do partido Liga Nacional para a Democracia — o maior partido birmanês que era chefiado por Aung San Suu Kyi, líder política eleita nas eleições de Novembro de 2020 e que foram contestadas pela Junta Militar.

Desde que os militares chegaram ao poder, a Birmânia mergulhou numa crise política, económica e social, com a pobreza a proliferar e a pandemia a atingir proporções impensáveis.

ZAP //

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