Maxim Shipenkov / EPA
Protestos na Rússia
O Kremlin está a considerar encerrar as fronteiras a pessoas em idade de mobilização, depois de dezenas de milhares de russos terem deixado o país desde que o Presidente russo, Vladimir Putin, decretou uma mobilização parcial.
Segundo avançou o portal de notícias russo Meduza, a proibição entraria em vigor após os referendos sobre a integração na Rússia nos territórios ucranianos parcialmente ocupados pelas tropas russas, que decorrem até esta terça-feira.
Apenas os cidadãos que receberem autorização escrita dos centros de recrutamento militar seriam autorizados a deixar o país, segundo a mesma fonte. Para este fim, segundo o portal The Bell, os guardas de fronteira do Serviço Federal de Segurança (FSB) nos aeroportos receberam listas de russos a serem mobilizados.
O jornal Novaya Gazeta, que cita fontes do FSB, noticiou que cerca de 261.000 russos terão já atravessado a fronteira entre quarta-feira e sábado.
Esta terça-feira, o Presidente do Cazaquistão disse que o país vai proteger os cidadãos russos que estão a fugir para território cazaque evitando a incorporação militar em curso na Rússia no quadro da campanha contra a Ucrânia.
“Nos últimos dias, muitas pessoas vêm da Rússia para aqui. A maior parte é obrigada a sair” do país vizinho, disse Kassym-Jomart Tokaiev, citado pelos meios de comunicação social russos.
“Temos de nos preocupar com eles e assegurar-lhe segurança”, acrescentou o chefe de Estado do Cazaquistão, país aliado da Rússia mas que está manter distância sobre as questões relacionadas com a invasão.
Na segunda-feira, a Rússia esclareceu que as fronteiras permanecem abertas, respondendo desta forma a notícias de que poderiam ser encerradas para evitar a fuga de reservistas convocados para a guerra na Ucrânia.
“Não foram tomadas quaisquer decisões sobre este assunto até agora”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela agência oficial TASS.
Peskov respondia a perguntas sobre se as autoridades tencionam decretar a lei marcial em algumas regiões fronteiriças e encerrar as fronteiras dessas zonas, uma possibilidade que não terá esclarecido se poderá ocorrer.
No mesmo dia, Peskov admitiu que em algumas regiões do país foram cometidos erros na mobilização de reservistas, após terem vindo a público denúncias de que pessoas sem experiência militar, idosas ou com deficiência tinham sido chamadas. “De facto, há casos em que o decreto está a ser violado”, referiu.
Na segunda-feira, a Maxar Technologies divulgou imagens de satélite que mostram longas filas de veículos a tentar deixar a Rússia e atravessar as fronteiras para a Geórgia e a Mongólia. A empresa indicou que a fila para chegar à Geórgia vai além dos 16 quilómetros.
No domingo, data de captação das imagens divulgadas, o tempo de espera para passar a fronteira russa com a Geórgia chegava a 48 horas, com mais de 3000 veículos parados na estrada, avançou a imprensa russa.
#SatelliteImagery from September 25, 2022 shows a large traffic jam of vehicles leaving #Russia and attempting to cross the border into #Georgia, at the Lars checkpoint, following Russian President Putin’s mobilization order for the war in #Ukraine. pic.twitter.com/iHUsC8hYs2
— Maxar Technologies (@Maxar) September 26, 2022
A procura por jatos privados aumentou, com um lugar num voo para fora do país a custar quase 28 mil euros. “A situação está absolutamente louca”, disse ao Guardian o diretor da Your Charter, uma empresa de aluguer de aviões privados. “Talvez recebêssemos 50 pedidos por dia; agora são cerca de 5 mil”, disse Yevgeny Bikov.
Segundo o jornal, os destinos preferenciais para estes russos abastados são a Arménia, a Turquia e o Azerbaijão, países que não exigem visto aos cidadãos da Federação Russa.
Entretanto, a norte, junto à fronteira com a Mongólia, são também aos milhares os russos que têm abandonado o país, em filas que chegam a demorar 16 horas.
Membros da NATO iniciam exercícios no mar Báltico
As forças aéreas de vários países aliados da NATO iniciaram na segunda-feira exercícios de treino militar no Báltico, visando fortalecer a defesa no Leste europeu.
“Pela primeira vez, estamos a incluir nos nossos exercícios atividades de defesa antiaérea e antimísseis tanto no ar como em terra”, disse o responsável por planear os treinos, Craig Docker, do Centro de Operações Aéreas Combinadas da NATO.
“Isto evidencia a forma como os aliados estão a proteger o flanco Leste e, ao mesmo tempo, a preparar-se para aplicar eficazmente o princípio de dissuasão e defesa da NATO na região do Báltico”, acrescentou.
Nos próximos dois dias participam nos exercícios militares as forças aéreas da Hungria, Alemanha, República Checa, Itália, Turquia, Reino Unido, Estónia, Letónia, Lituânia e a Finlândia enquanto país candidato a integrar a Aliança Atlântica.
Today and tomorrow, Allied 🇨🇿🇪🇪🇩🇪🇭🇺🇮🇹🇱🇻🇱🇹🇹🇷🇬🇧 and Partner 🇫🇮 airforces conduct training drills in the Baltic Sea region
Exercise Ramstein Alloy focuses on #NATO‘s defend and deter concept
More info: https://t.co/lNGumehncU pic.twitter.com/Cq9CHPVxxt
— NATO (@NATO) September 26, 2022
Adesão dos territórios na sexta-feira
Os referendos sobre a adesão à Federação russa dos territórios ucranianos ocupados de Donetsk, Luhansk, Zaporíjia e Kherson terminam esta terça-feira, segundo as autoridades pró-russas, e serão objeto de discussão em reunião no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Os parlamentos das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk, reconhecidas pelo Kremlin a 21 de fevereiro passado, convocaram um referendo de integração na Rússia entre 23 e 27 de setembro, ao qual se juntaram as regiões de Kherson e Zaporíjia, parcialmente sob domínio russo.
A agência de notícias russa TASS, controlada pelo Kremlin, escreveu que em Donetsk e Luhansk a participação foi superior a 80%, enquanto em Zaporíjia e Kherson ficou pouco acima dos 60%.
No seu habitual relatório diário sobre a situação na Ucrânia, o Ministério da Defesa britânico avançou esta terça-feira que existe uma “possibilidade realista” de Putin se estar a preparar para anunciar a adesão dos territórios ocupados já esta sexta-feira.
Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine – 27 September 2022
Find out more about the UK government’s response: https://t.co/xG1CgXqeKM
🇺🇦 #StandWithUkraine 🇺🇦 pic.twitter.com/schw2ockbs
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) September 27, 2022
Guerra na Ucrânia
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20 Abril, 2024 A Ucrânia tem um novo “melhor amigo”
Vivemos num circulo, por isso não saímos disto
Pois, se calhar estávamos melhor se a Terra fosse plana!
Boa!
Era agora que todos os comunas, deveriam ir para lá…
Os comunas, tem todos muita treta, mas é (onde os deixam tarelar), fora dos países comunistas…
O comuna Jerónimo de Sousa ofereceu-se a Putin para ir combater!
262.000 já estão em fuga. Isto quer dizer que a mobilização de Putin será uma autêntica anedota e vai ser contada por todo o mundo. Tudo leva a crer que Putin cairá, mais tarde ou mais cedo.
Está mais caro do que os bilhetes para os Coldplay…
Ainda vamos ver os reservistas mobilizados da Rússia a desertar. Preferirão entregar-se às forças ucranianas do que estarem sujeitos a morrer. Será uma forma de saírem da Rússia.