A ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, defendeu esta segunda-feira, em entrevista à SIC, que “tem de haver punições severas, tem de haver contraordenações e terá de haver uma investigação judicial”.
Para a governante, o que se passou no BES e que levou à intervenção do Banco de Portugal não pode passar incólume: “Seguramente têm de ser apuradas responsabilidades e tem de ser feita justiça.”
As irregularidades financeiras conhecidas no Grupo Espírito Santo e no BES e os prejuízos de quase 3,6 mil milhões de euros apresentados pelo banco no primeiro semestre, já com o líder histórico Ricardo Salgado afastado da sua liderança, levaram o Governo e o Banco de Portugal a definirem no passado fim-de-semana um plano para a instituição.
O BES, tal como era conhecido, terminou. O Banco de Portugal tomou conta da instituição fundada pela família Espírito Santo e anunciou a sua separação, ficando os ativos e passivos de qualidade num “banco bom”, denominado Novo Banco, e os passivos e ativos tóxicos num “banco mau” (bad bank)
Novo Banco paga ao estado 2,95%, juros aumentam a cada 3 meses
O Estado vai receber juros de 2,95% sobre o empréstimo de 4,4 mil milhões de euros ao Fundo de Resolução para capitalizar o Novo Banco, taxa que aumenta a cada trimestre, informou a ministra.
Maria Luís Albuquerque explicou que este empréstimo vai ser feito a uma taxa de 2,95%, sendo que este juro corresponde ao custo que o Estado paga atualmente pelos 6,4 mil milhões que sobram do dinheiro da troika reservado ao setor bancário (2,8%) a que se somam 15 pontos percentuais para custos administrativos.
“A taxa de juro corresponde ao custo de financiamento do montante que temos reservado para a estabilidade financeira, a chamada linha da troika. Neste momento, o custo daqueles 6,4 mil milhões é de 2,8% e sobre esta taxa incidirá um spread de 15 pontos base, que é para a remuneração dos custos administrativos”, afirmou.
De acordo com a governante, o custo deste empréstimo vai aumentar a cada três meses em 5 pontos base, argumentando Maria Luís Albuquerque que se trata de “um estímulo para que o reembolso seja mais rápido“.
/Lusa
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