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BE “não vai ficar na selfie de Marcelo”, mas também “não será arrastado por polémicas do PS”

Luís Fazenda, dirigente do Bloco de Esquerda, considera que o PS deve ter um candidato próprio, mas que isso não condiciona a esquerda.

O Bloco de Esquerda não gostou das sugestões de quem defendia que o partido deveria apoiar Ana Gomes, na eventualidade de avançar com uma candidatura à Presidência da República.

“O Bloco de Esquerda não vai ficar na selfie de Marcelo, mas também não será arrastado para as legítimas polémicas internas do PS”, avisou Luís Fazenda, num artigo de opinião publicado no esquerda.net, no qual defende que o Bloco, se se juntasse à lista de apoios de Ana Gomes, estaria a “alienar a confiança de quem quer dar expressão a um programa próprio da esquerda que é uma alternativa na democracia”.

O dirigente bloquista considera que apoiar Ana Gomes seria transmitir a ideia de que a esquerda poderia deixar cair a ideia de avançar com candidaturas próprias. Este é, segundo Fazenda, um problema de “falta de comparência do PS” que não pode ter na esquerda “o confinamento numa guerrilha a olhar para a IL, o CDS e o Chega”.

Segundo o Expresso, o bloquista considera que existem pontos comuns, como o combate à corrupção e a opinião sobre a “cleptocracia angolana”, mas considera que há muitos pontos que os separam. “Visões muito diferenciadas sobre a política europeia e os condicionamentos de Bruxelas à Constituição da República”, por exemplo.

Se, por um lado, considera “lamentável” o PS voltar a não patrocinar qualquer candidato, por outro, acredita que isso é um assunto do PS.

A ex-eurodeputada socialista Ana Gomes afirmou, no domingo, que vai refletir sobre as presidenciais, por considerar que “mudou muita coisa” com o primeiro-ministro a antecipar um segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa.

No seu espaço de comentário na SIC Notícias, Ana Gomes anunciou que estaria “a refletir” numa candidatura. “Acho que todos os democratas têm de refletir. Isto tem consequências. Haver um candidato do regime [Marcelo Rebelo de Sousa] que polariza a sociedade, faz o jogo da extrema-direita. É muito perigoso para a democracia. Todos temos de refletir e eu também vou refletir.”

Na quarta-feira, no final de uma visita à Autoeuropa, António Costa fez alusão à eventual recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. Ana Gomes não gostou: “Acho que neste momento todos temos todos de refletir na implicações do que se passou, nas implicações que vai ter na democracia”, disse.

ZAP //

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