Feliciano Barreiras Duarte não participou no debate plenário desta quarta-feira, sobre as leis laborais, na Assembleia da República.
Barreiras Duarte, que preside à Comissão de Trabalho e Segurança Social, surgia na agenda da reunião plenária que se realizou esta quarta-feira, na Assembleia da República, cujo tema era a legislação laboral.
No entanto, a pedido do primeiro vice-presidente do grupo parlamentar, Adão Silva, uma agenda “devidamente corrigida” foi enviada aos parlamentares do PSD, em substituição da anterior. Nesse documento, a que o jornal i teve acesso, a posição de Barreiras Duarte foi substituída.
O secretário-geral do PSD, envolto em polémica depois de ter sido obrigado a retificar o seu currículo, ainda não foi à Assembleia da República desde que a investigação foi tornada pública. O Ministério Público já abriu inquérito e o DCIAP está a investigar a alegada falsificação do documento.
Esta terça-feira, Barreiras Duarte emitiu um comunicado que foi desmentido pela Universidade da Califórnia em Berkeley, que afirma que a carta que o deputado do PSD apresenta como “certificado” não pode ser usada para alegar o estatuto de investigador visitante.
Além disso, a professora Deolinda Adão afirma nunca ter escrito o documento apresentado, ainda que esteja presente a sua assinatura digital, acusando Feliciano de falsificar a sua assinatura.
Fernando Negrão justificou a ausência de Barreiras Duarte com “razões pessoais” que lhe haviam sido comunicadas pelo mesmo. O líder parlamentar do PSD cometeu ontem um embraçoso lapso, ao chamar “arguido” a Feliciano Barreiras Duarte.
“Não, no caso não é arguido, mas tendo sido aberto um processo e podendo evoluir para aí, direi que isto faz parte do normal funcionamento das instituições”, respondeu aos jornalistas, frisando que o “Ministério Público está a exercer as suas funções” e que não é por isso que “as pessoas são mais ou menos sérias”.
Luís Montenegro também se pronunciou acerca da polémica, admitindo que este é “um assunto melindroso e que carece de esclarecimento”. Segundo o jornal i, o ex-líder parlamentar do PSD considera que este caso impede o Rui Rio de passar a mensagem política, causado “dificuldade política” ao partido.
Já Pedro Santana Lopes diz que quer ver este caso resolvido o mais depressa possível. De acordo com o Observador, Santana Lopes diz que a situação de Barreiras Duarte é “embaraçosa“.
Assim, numa entrevista à SIC Notícias, Santana sugeriu que Barreiras Duarte fizesse um pedido de desculpas por se ter apresentado ao longo de anos com um estatuto que nunca exercera. “Nunca percebi porque é que se escreve uma coisa que não se foi. Isso é que me faz muita confusão. Pedir desculpas é bonito na vida“, afirma.
