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Barreiras Duarte não se demite e diz-se “alvo de campanha ignominiosa”

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Miguel A. Lopes / Lusa

Feliciano Barreiras Duarte, secretário-geral do PSD

Feliciano Barreiras Duarte vai continuar a ser secretário-geral do PSD. “Vou esperar, serenamente e em silêncio absoluto, mas, confesso, magoado, pelos resultados do inquérito da PGR. Sofri muito nos últimos dias, por causa deste vilipêndio”, afirma.

A Procuradoria-Geral da República remeteu para inquérito no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa os elementos que recolheu sobre o caso do currículo do secretário-geral do PSD, Feliciano Barreiras Duarte.

“Na sequência de notícias vindas a público, a Procuradoria-Geral da República procedeu à recolha de elementos. Esses elementos foram encaminhados para o DIAP de Lisboa com vista a inquérito”, revelou a PGR, em resposta à Lusa, sem adiantar mais pormenores.

Apesar da investigação, por ter incluído uma informação falsa no seu currículo, Barreiras Duarte não tenciona demitir-se, considerando “normal” a abertura do inquérito. No entanto, não deixa de notar que neste caso o Ministério Público atuou “depressa“, tendo em conta que a notícia que desencadeou este caso foi publicada no sábado.

Em declarações ao Expresso, Barreiras Duarte mostrou-se “totalmente disponível para colaborar com o DIAP, explicar todo o meu trajeto académico e apresentar todo trabalho de investigação que fiz ao longo destes anos”.

Contudo, nada do que possa apresentar irá validar a alegação de que seria professor visitante na Universidade da Califórnia, em Berkeley, com a qual planeou há dez anos fazer trabalho académico que nunca se chegou a concretizar. Barreiras Duarte já eliminou esse ponto do seu currículo.

Em comunicado, citado pelo Público, Feliciano Barreiras Duarte escreveu que a decisão da PGR de abrir um inquérito “vai ao encontro” dos seus “mais profundos desejos de ver” a atual polémica “cabal e completamente esclarecida”.

“Vou esperar, serenamente e em silêncio absoluto, mas, confesso, magoado, pelos resultados do inquérito da PGR. Sofri muito nos últimos dias, por causa deste vilipêndio”, reage Barreiras Duarte.

“Nada fiz de errado no chamado processo de Berkeley; todos os movimentos e ações relacionados com esse caso estão devidamente documentados e são inequívocos quanto à minha inocência; fui convidado para visiting scholar (estatuto que não confere qualquer grau académico) e não me fiz convidado; não tirei qualquer proveito da Universidade de Berkely – nem financeiro, nem académico, nem profissional, nem político”, garante.

O atual secretário-geral diz-se alvo de uma campanha com motivações políticas. “Tenho nos últimos dias desmentindo o que eu naturalmente sabia ser falso e sido alvo de uma campanha ignominiosa, que me afta e à minha família de forma tão grave quanto só as pessoas de bem podem avaliar”, sublinha.

Barreiras Darte destaca, porém, que o principal objetivo desta “campanha ignominiosa” é “atacar a direcção do PSD e em particular o seu líder, Rui Rio”.

O secretário-geral do PSD falou com Rui Rio sobre o assunto. O líder do partido entendeu e aceitou as explicações do seu secretário-geral e desvalorizou o caso quando foi confrontado pelos jornalistas, no encerramento do congresso do CDS.

“É inequívoco que Barreiras Duarte fez referência a um aspeto do seu currículo que não era preciso e corrigiu, é esta informação que eu tenho e ele deu essa informação à comunicação social”, disse Rio aos jornalistas. “Há um aspeto do seu currículo que estava a mais, não estava preciso, e ele corrigiu“.

Além disso, afirma ainda que “a principal e mais grave acusação” de que é alvo, relativa a falsificação de documentos, “caiu por terra“, já que uma professora da Universidade de Berkeley dá agora como verdadeiro, em declarações ao Observador, um documento que antes tinha garantido que era falso, e que atestará a sua passagem pela instituição californiana como visiting scholar.

ZAP // Lusa

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