Fernando Negrão enfrenta nesta quarta-feira o seu primeiro debate quinzenal à frente da bancada parlamentar do PSD. Uma “primeira prova de fogo” diante de António Costa em que precisa de provas aos deputados do seu partido que merece liderá-los.
Numa altura em que Rui Rio, o recém-empossado presidente do PSD, e António Costa têm mantido um “namoro” público, com o intuito de firmar entendimentos políticos futuros, espera-se alguma “condescendência” da parte do primeiro-ministro, como referem deputados sociais-democratas ao Observador.
Mas “no meio de tanto namorico, o PSD não se pode apaixonar“, avisa um deputado na mesma publicação, deixando a dica a Fernando Negrão.
Eleito com apenas 35 votos favoráveis, num universo de 89 deputados, o novo líder da bancada parlamentar do PSD tem que dar provas de que merece estar no lugar, no debate que começa às 15 horas desta quarta-feira. Até se quiser acabar com os sinais evidentes de divisão no grupo parlamentar.
“Uma coisa foi a eleição e as circunstâncias em que aconteceu. Mas tenho a esperança e a certeza de que vencerá o debate“, considera no Expresso o deputado social-democrata Sérgio Azevedo.
“É experiente, tem conhecimentos e é capaz de enfrentar o primeiro-ministro“, diz também o deputado António Topa, vogal da Comissão Política Nacional do PSD, em declarações ao semanário.
O PSD será o segundo partido a intervir no debate quinzenal, depois do PCP, devendo apostar em temas como a saúde, a justiça, a descentralização e a reforma da Segurança Social.
À RTP, Negrão já disse que não quer fazer destes duelos parlamentares uma “guerra” com o primeiro-ministro. “Tenciono ter sessões de trabalho com António Costa nos debates quinzenais”, apontou.
O dia da estreia de Fernando Negrão coincide com o último dia no parlamento do ex-líder do PSD, Pedro Passos Coelho, que deixa a Assembleia da República.
ZAP // Lusa
Está negra a vida deste Negrão…
Sendo a democracia o regime da maioria, começa mal. Pelo menos, começa pouco democraticamente, já que obteve apenas o apoio de uma minoria do grupo parlamentar que é suposto ir chefiar. Imagine-se um comandante militar sem o respeito das suas tropas!
Já não lhe bastava ter de enfrentar a experiência e a habilidade de Costa nestes debates…
Belo comentário.
No entanto, o traqueijo político de homens destemidos, cientes da sua argúcia, em nada impede de exibir os seus dotes. “Le style c’est l’homme”, dizia Bossuet. Poratanto, a retórica e a oratória serão as armas deste ilustre deputado. Força NEGRÃO.