/

Ban Ki-Moon quer uma mulher na ONU e Portugal não gostou nada

6

thomashawk / Flickr

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon

O secretário-geral das Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, disse esta terça-feira que “está na hora” de uma mulher assumir o cargo quando o seu mandato chegar ao fim. O Governo português não reagiu bem a esta declaração.

“Temos muitas mulheres distintas e eminentes em governos nacionais e outras organizações, ou até em comunidades empresariais, políticas, culturais e em todos os aspetos das nossas vidas. Não há razão para não haver nas Nações Unidas”, declarou Ban Ki-Moon.

Sem citar nomes, o secretário-geral da ONU disse que há “líderes motivadas que podem realmente mudar o mundo”, mas deixou claro que “isso é uma decisão dos Estados membros”.

Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, afirmou ao Diário de Notícias que “como o próprio disse, não compete ao secretário-geral em funções escolher o próximo“.

Santos Silva recordou a entrevista realizada pelo Expresso a Ban Ki-Moon, em maio, na qual o dirigente não quis responder à pergunta sobre se Guterres teria boas possibilidades de atingir o cargo.

O secretário-geral da ONU sublinhou, na altura, a necessidade de “ser neutral e imparcial” neste processo, mostrando-se “confiante no novo processo de escolha” do sucessor.

Mas o ministro dos Negócios Estrangeiros não foi o único a expressar a sua indignação sobre a opinião do atual líder da ONU.

É uma declaração infeliz e que jamais deveria ser proferida por alguém que deveria ser imparcial e manter a neutralidade, e muito menos num momento como este em que já estamos nesta fase avançada da votação”, expressou o embaixador Francisco Seixas da Costa.

A ex-deputada do PSD e especialista nas questões da ONU, Mónica Ferro, defende que Ban Ki-Moon tem toda a legitimidade para promover a igualdade entre géneros nas nomeações da organização, “mas teve dez anos para o fazer e não o fez”.

Para a especialista,Ban Ki-moon podia “ter nomeado para vice-secretário-geral uma mulher“.

A carta da ONU foi o primeiro tratado internacional que declarou a igualdade entre homens e mulheres, mas a organização nunca teve uma mulher à frente – em 70 anos, foram oito homens a ocupar o lugar de secretário-geral.

Para suceder ao cargo de secretário-geral da ONU estão a concorrer 11 candidatos – seis homens e cinco mulheres.

O atual favorito é António Guterres, ex-Primeiro-Ministro de Portugal, que foi até 2015 o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.

BZR, ZAP

6 Comments

  1. Então se o sr António Guterres que foi secretario de um partido e primeiro ministro de um pequeno pais não conseguiu gerir esta pequena tarefa, alguma vez este mesmo António Guterres teria condições para exercer as funções de secretario das Nações Unidas?
    Tenho a impressão que se fosse (?) eleito provavelmente se poderia avançar o nome do sr eng. que agora já não e mais, para seu secretario tb geral e assim acabaria o seu sufoco de uma vez por todas (e nosso tb) alguma vez o homem será preso?!

    • Tristeza de comentário! É um comentário imbecil e digno de…Risota!
      Primeiro porque, nestas questões, A. Guterres é uma pessoa extremamente humana e segundo porque é Português.
      Envergonha-me mais D. Barroso, esse sim um oportunista que, quando lhe cheirou, abandonou o barco tuga mas não foi para ir fazer parte de alguma organização de solidariedade internacional.
      Quanto à governação de Guterres, faço-lhe um convite: Vá ao site do INE ver os dados económicos relativos ao período de governação dele. A menos que tenha palas nos olhos ou seja microcéfalo, vai ter uma boa ( pra si deve ser má) notícia.
      Quanto a este coreano, acho graça não se ter lembrado da importância de ser uma mulher a presidir à ONU quando ele próprio se candidatou. Velhaco ainda cá veio papar uns almoços à nossa conta.

      • Muito bem observado. O Sr.º Eng.º António Guterres é um homem de uma elevada dignidade, nobreza e de uma honestidade impar, que merece ser dito. Esse Bam Ki Mom, ele, homem pode-se candidatar e ganhar e os outros não devem porque? Para esse hipócrita é uma questão de mérito, de valores e competências ou uma questão de género sexual? Argumentando ele que deve ser uma mulher, trata-se de género sexual, que ridículo.

  2. Não é por a senhora Ferro ser de onde é partidariamente,mas acho que o seu comentário é incongruente e desajustado.Sempre a partidocracia a sobrepor-se ao bom senso.Apanágio de toda a classe dos nossos politico/partidários.Caramba é demais.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.