Uma baleia foi encontrada morta na sexta-feira, na costa sudeste das Filipinas, com 40 quilos de plástico no estômago, informou a imprensa local.
O cetáceo, uma baleia-bicuda-de-cuvier, apareceu na sexta-feira à beira-mar no município de Mabini, na província de Valle Compostela, tendo sido submetido a autópsia no domingo. A causa da morte da jovem baleia foi choque gástrico.
Entre os objetos de plástico encontrados dentro da baleia estão 16 sacos de arroz, uma lona plástica usada em plantações de banana e sacos de compras, concluiu o Departamento de Pesca e Recursos Aquáticos da província.
“É nojento”, lê-se na publicação do Facebook, que mostra diversas imagens da autópsia, nas quais se veem diversos sacos de plástico a ser retirados do interior da baleia-bicuda-de-cuvier.
O biólogo marinho Darrell Blatcheley afirmou que nos dez anos em que examinou baleias e golfinhos mortos, a maioria morreu na sequência da ingestão de plástico.
Nos próximos dias, o museu irá divulgar a lista de todos os objetos de plástico que foram retirados do jovem macho durante a autópsia. Para já, o acontecimento bateu um recorde infeliz: “Esta baleia tinha a maior quantidade de plástico que alguma vez tínhamos visto numa baleia. É nojento. Os governos têm de tomar ações contra quem continua a tratar os oceanos como lixeiras“, lê-se na publicação partilhada nas redes sociais.
Em novembro, na Indonésia, uma baleia morta foi encontrada ao largo de Wakatobi, sudeste da Indonésia, com 115 copos, 4 garrafas, 25 sacos, um par de chinelos e muitos outros pedaços de plástico no estômago, contabilizando um total de 6 quilos de plástico.
“Apesar de não termos conseguido determinar a causa da morte, os factos que conhecemos já são horríveis o suficiente”, afirmou na altura Dwi Suprapti, bióloga marinha do World Wildlife Fund (WWF).
Nos últimos 40 anos, a quantidade de plástico nos oceanos aumentou 100 vezes, segundo um alerta da associação espanhola Ambiente Europeu, o que afeta mais de 600 espécies de fauna marinha, das baleias às tartarugas.
ZAP // Lusa