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Reunião do Infarmed: Aumento de testes não justifica todos os casos

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António Pedro Santos / Lusa

Os epidemiologistas contrariaram a tese defendida pelo primeiro-ministro e sublinharam que o aumento de testes não explica todos os casos, defendendo que o problema é real.

António Costa tem defendido, várias vezes, a tese de que o aumento de casos na região de Lisboa e Vale do Tejo se deve ao aumento da capacidade de testagem. No entanto, na reunião quinzenal do Infarmed, os epidemiologistas mostraram muitas reservas a este argumento, defendendo que o aumento de testes não justifica todos os casos.

Segundo o Expresso, os especialistas deixaram claro que o problema é real, que o número médio de internados aumentou, que o número de pessoas em cuidados intensivos também e que a região pode estar a iniciar uma segunda onda de contágios.

Uma fonte que esteve presente na reunião contou ao matutino que “os especialistas acabaram por desmentir o primeiro-ministro“, ainda que “de forma elegante”. “O ambiente não foi o melhor depois das intervenções de Baltazar Nunes [Escola Nacional de Saúde Pública] e Rita Sá Machado [Direção-Geral de Saúde]”, revelou outra fonte.

Na reunião, foi revelado outro dado importante: por cada 28 testes realizados, Portugal regista um caso positivo, o que coloca o país entre os piores da Europa a 27. Além disso, desde maio, existe um aumento médio constante de internamentos e de internamentos em cuidados intensivos na região.

Os epidemiologistas indicaram que existiu uma diminuição no número de testes realizados nos últimos 15 dias, mas atribuíram essa diminuição aos feriados. Este dado reforça a notícia avançada na terça-feira pelo Negócios, que dá conta de que, segundo os dados oficiais divulgados pelas autoridades de saúde, o número médio de testes de diagnóstico de covid-19 realizados diariamente caiu 24% desde o início da reabertura da economia.

À saída da reunião, Marcelo Rebelo de Sousa desdramatizou a situação, garantindo que está controlada. “Temos adotado a metodologia da verdade. Não escondemos números”, disse.

Na reunião, o Presidente perguntou se os novos casos podem ser de população trabalhadora que nunca chegou a confinar e que a situação só se conheceu por causa dos testes entretanto realizados. Costa acompanhou a ideia do Presidente, mas só com mais estudos será possível apurar o que se passou.

A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser o foco da maior preocupação com o surgimento de mais surtos. O R situa-se em 1,08, com algumas variações, e a verdade é que nem mesmo os técnicos de saúde souberam avançar com explicações concretas sobre o aumento de contágios registado.

O comportamento dos jovens foi afastado como principal fator de transmissão. A coabitação, os locais de trabalho e as situações sociais dos doentes foram apontadas como as principais razões do aumento de casos.

Foi ainda reconhecido que existe já alguma pressão sobre os hospitais, mas o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, por exemplo, só tem um taxa de ocupação de 25% para doentes covid-19. A situação, sustentou Marcelo, não está “descontrolada”, mas é preciso travar a progressão do vírus na região.

ZAP //

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1 Comment

  1. Estes dois andam mt bem combinados é por isso que AC apoia a recandidatura dele, pudera senão fosse o Marcelo o AC já não era PM ha mt tempo. O PR deita-lhe SEMPRE a manta. Porque será?? Os politicos são o pior que existe na humanidade. Só o cego é que não quer ver que os nrs da região de Lisboa são assustadores e vão infetar o país TODO… mas no final não vão ser eles…

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