Secretário de Estado defendia que atas do estado de emergência não deviam ser públicas

Mário Belo Morgado, secretário de Estado adjunto da Justiça, defendia que as atas do estado de emergência não deviam ser públicas.

O secretário de Estado adjunto da Justiça, Mário Belo Morgado, defendia que as atas da Estrutura de Monitorização do Estado de Emergência (EMEE) não deveriam ser tornadas públicas, avança a revista Sábado. “Opinião: atas da EMEE deviam ser reservadas e não constar como anexo do relatório do estado de emergência”, lê-se na ata da reunião de 18 de abril.

Não se sabe se algum dos presentes na reunião se manifestou contra ou a favor da posição do governante. As atas do estado de emergência permitem, de forma simplificada, perceber quais as estratégias debatidas no combate à pandemia de covid-19.

As atas mostram que o contágio do novo coroanvírus em lares de idosos é uma das principais preocupações. A “escassez de recursos humanos” é um dos problemas detetados no relatório.

“A EMEE continuou a prestar particular atenção à problemática da disseminação do contágio nos estabelecimentos residenciais para idosos (ERPI). Esta revelou-se, aliás, uma das mais recorrentes preocupações manifestadas nas reuniões da EMEE, em grande medida devido ao impacto diferido da disseminação da doença em ambiente de lares de idosos”, refere o relatório sobre a segunda declaração do estado de emergência.

“Para além dos problemas estruturais prévios, o facto de um significativo número de funcionários dessas instituições estarem, eles próprios, infetados ou doentes, dificulta a prestação do apoio pessoal e social aos idosos“, lê-se ainda no relatório citado pela Sábado.