Os astronautas Alexey Ovchinin e Nick Hague deverão voltar ao espaço na primavera de 2019, depois da nave espacial Soyuz MS-10 ter sido obrigada na quinta-feira a aterrar de emergência devido a uma falha no motor.
O anúncio do regresso do russo Alexey Ovchinin e o do norte-americano Nick Hague ao espaço na primavera de 2019 foi feito hoje pelo diretor da Roscosmos, Dmitry Rogozin.
“Os dois astronautas definitivamente vão voar. Estamos a planear o voo para a primavera do próximo ano”, disse Rogozin numa mensagem publicada na rede social Twitter, na qual colocou uma foto sua com Alexei Ovchinin e Nick Hague, todos sorridentes.
A nave espacial Soyuz MS-10, com dois tripulantes a bordo, foi obrigada a aterrar de emergência devido a uma falha no motor, depois de ter descolado no Cazaquistão rumo à Estação Espacial Internacional onde permaneceriam durante seis meses.
De acordo com os planos, estava previsto que a nave cumprisse quatro voltas à terra para seis horas depois acoplar na Estação Espacial Internacional.
Os astronautas Alexei Ovichinin, da Roscosmos, e Nick Hague, da NASA, aterraram na quinta-feira nas estepes do país da Ásia central na sequência da falha no motor do foguetão russo que os deveria transportar para a Estação espacial internacional.
O administrador da NASA, Jim Bridenstine, disse numa declaração que Hague e Ovchinin estavam em boas condições de saúde e que seriam transportados para o Centro de Treino Cosmonauta Gagarin na Cidade das Estrelas, nos arredores de Moscovo.
Acrescentou ainda que ia ser iniciada “uma investigação apurada sobre a causa do incidente”.
Na Estação Espacial Internacional encontram-se, desde junho, os membros da Missão 57, o comandante Alexander Gerst da Agência Espacial Europeia, a piloto da NASA, Serena Auñon-Chancellor e o piloto da Roscosmos Serguei Prokópiev.
As causas da avaria
Uma colisão entre secções do foguetão pode ter sido a “causa direta” da avaria que obrigou a nave espacial russa Soyuz MS-10 a aterrar de emergência pouco depois do lançamento, disse hoje o diretor da agência espacial russa Roscosmos, Serguei Krikaliov.
“Ainda não há versões definitivas, mas o que é evidente é que a causa direta foi a colisão de um elemento lateral que faz parte da primeira secção do foguetão. Na verdade, ao separar-se ocorreu um contacto entre a primeira e segunda secção”, disse Krikaliov à agência russa Novosti.
O diretor da Roscosmos não descarta que o foguetão “se tenha desviado da trajetória programada e que a parte inferior de uma das secções se tenha destruído“.
Serguei Krikaliov indicou que a comissão governamental que investiga o acidente deve apresentar os primeiros resultados oficiais da perícia no próximo dia 20 de outubro.
“Os primeiros fragmentos [do foguetão] recuperados na estepe do Cazaquistão vão ajudar a estabelecer as causas da avaria”, disse.
Entretanto, o Comité de Emergência do Ministério do Interior do Cazaquistão informou hoje que foi encontrado um fragmento da Soyuz M-10 a cerca de 40 quilómetros da cidade de Zhezkasgán e que já foi enviado para os especialistas da Roscosmos.
Krikaliov sublinhou que os lançamentos de foguetões Soyuz-FG ou similares foram suspensos até que sejam determinadas, de forma definitiva, as causas da avaria de quinta-feira.
“É possível que o lançamento da nave cargueiro Progress, que estava programado para o dia 31 de outubro, venha a ser adiado e a próxima missão tripulada prevista para o dia 20 de dezembro vai conhecer uma nova data”, informou o responsável.
// Lusa