Associação de estudantes do ISCSP demarca-se de abaixo-assinado contra Passos Coelho

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Paulo Cunha / Lusa

O ex-líder do PSD, Pedro Passos Coelho

A Associação de Estudantes do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) demarca-se do abaixo-assinado que se opõe à contratação pela instituição do ex-primeiro-ministro na qualidade de professor.

Segundo o Diário de Notícias, a Associação de Estudantes do ISCSP “não se revê” no abaixo-assinado que contesta a contratação de Passos Coelho como professor de mestrado e doutoramento e que foi noticiado esta sexta-feira.

Em comunicado, a associação refere ser a única estrutura que representa os estudantes da instituição de ensino e portanto entende que “esse pretenso abaixo-assinado não vincula os alunos do ISCSP, nem muito menos o entendimento da Associação de Estudantes do ISCSP sobre o processo em causa”. Além disso, a AE, presidida por Helder Jesus, defende que o documento em causa não cumpre as normas estatutárias.

O abaixo-assinado, que embora reconheça a “vasta experiência prática” do ex-governante, considera que este não tem as qualificações necessárias para assumir o cargo para o qual foi convidado, professor de mestrado e doutoramento, quando o próprio não possui estes títulos académicos.

Os estudantes sublinham ainda que Passos Coelho “nunca lecionou, nunca preparou uma tese na sua vida, nunca trabalhou em investigação e nunca teve um percurso académico minimamente relevante que seja capaz de preparar alunos de mestrado e doutoramento”.

No entanto, cita o DN, a estrutura estudantil considera que esta matéria é “da exclusiva competência dos órgãos de gestão” da universidade e que “essa autonomia deve ser preservada em nome da defesa da legalidade, da legitimidade dos órgãos”.

De acordo com o documento, o vínculo entre o ex-primeiro-ministro e o ISCSP “representa a materialização de uma afronta à transparência e à meritocracia da instituição” e considera que “o salário obsceno do novo docente é uma ofensa grave à meritocracia inerente ao percurso académico normal de um docente universitário”.

Segundo o jornal, a associação de estudantes demarca-se também “de qualquer tentativa de utilização do processo em causa, por pessoas coletivas ou individuais, para fins político-partidários por parte de estudantes no seio da instituição”.

Depois de deixar a política, Passos Coelho vai ser professor em três universidades. O antigo primeiro-ministro vai dar aulas de Administração Pública no ISCSP e deverá ter o estatuto de professor catedrático convidado, com equiparação salarial à de professor catedrático.

ZAP //

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7 Comments

  1. É triste ver a forma como é enxovalhado o melhor 1. Ministro que Portugal teve em muito tempo. Governar em crise é muito mais difícil que governar em tempo de vacas gordas (como vivemos agora), governar quando um país está à beira da falência, com credores internacionais a exigir medidas como contrapartida por empréstimos, é 1000x mais difícil.

    Cada vez me convenço mais, os países têm os políticos que merecem. Portugal é o país que é porque o povo dá frequentemente preferência a Governos populistas de Esquerda. Aumentam-se funcionários públicos, repõe-se pensões, não por natural consequência de crescimento económico, mas antes à custa de cortes no funcionamento dos serviços (dúvidas a fornecedores, falta de material, etc.) e do estrangulamento do setor privado.

    O que é que interessa se não é doutorado? Têm 8 anos de duríssima experiência governativa e experiência em negociação com altas instâncias internacionais na fase muito difícil em que o país se encontrava. Este tipo de experiência prática vale certamente muito mais que teses e títulos.

    Bill Gates nem sequer é licenciado. Se fosse convidado para dar aulas numa Universidade até se matava para se ter vaga numa aula dele, e de certeza que ia ganhar muito mais que qualquer outro professor.

    • Totalmente de acordo. Estes cangalheiros de esquerda que enterram o país cada vez que governam não compreendem que depois tem de vir alguém arrumar a casa. Isto é cíclico! Quando apareceu um bem intencionado no PS, despacharam-no logo e puseram lá um do gangue. Coitado do Seguro que apenas queria limpar o partido dos interesses. Em compensação os interesses limparam-no do partido.

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