Assassino em série russo que matou 78 mulheres voluntaria-se para a guerra

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(h) Polícia de Angarsk

Um assassino em série russo, que matou 78 mulheres e enfrenta duas penas de prisão perpétuas, quer ser libertado da prisão para se juntar às tropas de Vladimir Putin que lutam na Ucrânia.

Mikhail Popkov, de 58 anos, é um ex-agente da polícia, condenado em 2015 por agressão sexual e assassinato de dezenas de mulheres, crimes que cometeu entre 1992 e 2010 em Angarsk e Irkutsk, na Sibéria, e em Vladivostok, na Rússia.

Em 2018, confessou mais alguns crimes, elevando o número de vítimas para 78, mas as autoridades acreditam que tenha matado 83 mulheres.

Apesar da sua sentença, as autoridades russas permitiram que Popkov, conhecido como “Lobisomemda Sibéria” ou “Maníaco de Angarsk” fosse entrevistado pela televisão estatal.

De acordo com o Newsweek, as autoridades russas pediram a reclusos para que lutassem na linha da frente. Estes estarão a oferecer-se para abandonar as suas sentenças se sobreviverem seis meses.

Popkov disse que gostaria de fazer parte do esquema e, quando foi questionado pelo canal Vesti, respondeu que o seu sonho era entrar para o exército. Indicou que reconhecia que lutar na Ucrânia não era o mesmo que “um jogo de computador” e que não se tratam de histórias sobre super-heróis.

O recluso referiu igualmente que a sua especialização militar poderia ajudar e é a que está a ser procurada agora, embora reconheça que necessita de aprender novas competências. Popkov não precisou a especialização e os relatórios existentes apenas indicam apenas que trabalhou como polícia e como segurança.

O papel que os reclusos estão a desempenhar na guerra veio à tona após Yevgney Prigozhin, fundador do grupo Wagner – uma rede de mercenários com ligações a Putin -, ter sido foi filmado numa prisão a tentar recrutar prisioneiros. “Ninguém volta a ficar atrás das grades”, terá prometido na altura.

“Se servirem seis meses, estão livres”, terá explicado na altura, indicando que seriam considerados homens entre os 22 e os 50 anos de idade. “Se chegarem à Ucrânia e decidirem, no primeiro dia, ‘estou num sítio onde não quero estar’, são designados desertores e segue-se uma execução pelo pelotão de fuzilamento”, referiu.

O vídeo, que circulou no Telegram, confirmou os relatos sobre visitas do grupo a prisões em várias regiões russas para recrutar reclusos.

Na terça-feira, Prigozhin declarou que uma quarta vaga de prisioneiros, que tinham completado os seus contratos com o grupo, tinha recebido o perdão.

Um antigo comandante do Wagner, Andrei Medvedev, que escapou do grupo e fugiu recentemente para a Noruega, descreveu como os reclusos são utilizados como “carne para canhão”.

Em outubro, a ativista russa dos direitos humanos Olga Romanova disse que mais de 20 mil prisioneiros tinham sido enviados para a guerra e que os elementos do Wagner tinham sido recrutados em colónias penais na Rússia e na zona dos Urais.

A ativista referiu ainda que, em agosto, estavam a ser recrutados prisioneiros que estavam em prisão preventiva e que ainda não tinham ido a julgamento.

ZAP //

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