A Autoridade para a segurança Alimentar e Económica está a fiscalizar a produção e a rastrear produtos para apuramento dos factos relacionados com casos de botulismo, divulgou esta segunda-feira o Ministério da Economia.
Em resposta a um pedido de esclarecimento da Lusa, o Gabinete do ministro da Economia informou que a ASAE “tem vindo a desenvolver várias ações de fiscalização com incidência na produção e ainda, na rastreabilidade dos produtos, com vista ao apuramento dos factos bem à adoção das medidas cautelares consideradas adequadas”.
De acordo com a fonte, esta Autoridade continua “a desenvolver demais ações de investigação que se imponham concretizar” para esclarecer a fonte de contágio dos três casos de botulismo, uma intoxicação alimentar, alegadamente relacionados com alheiras comercializadas por uma empresa de Bragança com a marca “Origem Transmontana”.
O gabinete do ministro Pires de Lima indicou ainda que a ASAE, “no âmbito das suas competências de autoridade nacional de fiscalização de mercado na área de segurança alimentar, está a acompanhar a situação e tem vindo a efetuar diligências operacionais, em articulação com as demais entidades envolvidas na área de avaliação e comunicação de risco, para garantir a segurança e saúde dos consumidores”.
As ações em curso, além do apuramento dos factos, visam ainda a “adoção das medidas cautelares consideradas adequadas, permanecendo esta Autoridade a desenvolver demais ações de investigação que se imponham concretizar”.
Um comunicado conjunto da Direção-Geral da Saúde, Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge dava conta, no sábado, de que foram detetados este mês três casos de botulismo alimentar.
A origem destes casos de doença foi associada à ingestão de produtos alimentares fumados (alheiras), comercializados com a marca “Origem Transmontana” e, após investigação, as autoridades decidiram retirar de imediato do mercado os produtos à base de carne e os queijos da marca “Origem Transmontana”.
Na nota de imprensa emitida é explicado que o botulismo alimentar é uma doença grave, de evolução aguda, com sintomas digestivos e neurológicos, resultante da ingestão de diversos tipos de alimentos, contendo toxinas formadas pelo Clostridium botulinum no próprio alimento.
Ainda esta segunda-feira, entidades gestoras de produtos certificados da região de Trás-os-Montes, como a alheira de Mirandela ou o fumeiro de Vinhais, demarcaram-se da empresa em causa, vincando que o nome utilizado “Origem Transmontana” é apenas uma marca comercial e que nada tem a ver com os produtos certificados desta região.
Os maiores produtores da conhecida alheira de Mirandela foram confrontados ao longo do dia com o cancelamento de encomendas e dúvidas de clientes e consumidores devido à associação com os casos de botulismo.
A empresa ligada à polémica foi criada para comercializar “o que de melhor se produz na região”, desde fumeiro, compotas e queijos, comprados a produtores ou de produção própria.
/Lusa