Não é uma “moda do século XXI”. Um novo estudo revelou que as algas e plantas aquáticas eram alimentos imprescindíveis nas dietas dos humanos europeus do Mesolítico.
As algas marinhas, hoje consideradas um alimento saudável, principalmente na Ásia, fazem parte da dieta europeia há milhares de anos, de acordo um novo estudo, publicado esta terça-feira, por investigadores da Universidade de Glasgow (Escócia).
A equipa de investigação encontrou provas de consumo de algas no tártaro dental de restos humanos num local de enterro neolítico em Orkney, na Escócia, que remonta a cerca de 5.000 anos.
“Ficámos absolutamente espantados. Esta é a primeira vez que alguém alguma vez detetou provas específicas do consumo de algas [no tártaro dental]”, confessou o líder Karen Hardy, citado pela New Scientist.
Expandindo o seu estudo para 28 sítios arqueológicos em toda a Europa, incluindo Portugal, a equipa recolheu amostras de tártaro dental de 74 indivíduos. Destes, 33 mostraram traços químicos de algas marinhas ou plantas aquáticas de água doce, consoante vivessem mais perto da costa ou no interior.
O estudo sugere que as algas e plantas marinhas foram consumidas desde o período Mesolítico, há cerca de 8.000 anos, até ao início da Idade Média.
Tal evidência indica que estes alimentos podem ter sido um pilar fundamental nas dietas dos antigos europeus durante vários milénios, mas “desde então, as algas parecem ter caído em desuso na Europa”, observou Kevin Hardy.