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Arábia Saudita nomeia pela primeira vez uma mulher embaixadora (e é uma princesa)

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Considerada uma ativista dos direitos das mulheres no seu país, a princesa Reema bint Bandar vai ocupar o cargo que até agora era exercido pelo seu irmão, Khaled bin Salman, que foi entretanto nomeado vice-ministro da Defesa.

Filha do príncipe saudita Bandar bin Sultan, que foi embaixador nos Estados Unidos, a princesa chega ao cargo numa altura em que as relações entre os dois países atravessam um momento de tensão devido ao homicídio do jornalista saudita Jamal Khashoggi, em outubro do ano passado, no consulado da Arábia Saudita em Istambul na Turquia.

O caso levou o congresso a abrir uma investigação sobre as relações os Estados Unidos e a Arábia Saudita em várias áreas, que incluem a tecnologias nucleares e a guerra no Iémen, e vários grupos americanos de direitos humanos têm pressionado a administração Trump para que o caso de Khashoggi seja investigado até às últimas consequências.

Licenciada em Arte e Museologia pela universidade americana George Washington, a princesa Reema bint Bandar tem trabalhado no setor privado desde que regressou ao seu país, tendo dirigido algumas empresas, como a Harvey Nichols Riade.

Além da sua carreira profissional, segundo o Diário de Notícias, tem-se batido por uma maior participação das mulheres nas atividades desportivas, num país onde ser mulher significa não ter acesso a autonomia em muitas frentes. Só recentemente é que as mulheres puderam começar conduzir na Arábia Saudita.

A sua nomeação como embaixadora em Washington está a ser encarada como uma dupla mensagem por parte de Riade. De um lado, é visto como “um sinal do governo saudita de uma maior integração das mulheres no trabalho” e na vida pública, como sublinha o fundador da Arabia Foundation, Ali Shihabi. Por outro, como uma renovação nas relações atualmente tensas entre os dois países.

“A nomeação de um novo embaixador é uma tentativa de Riade de dar um novo começo à sua relação com Washington e fazer desaparecer o caso Khashoggi, mesmo que, na prática, isso provavelmente não aconteça, pelo menos não com o Congresso”, disse à AFP Kristian Ulrichsen, investigador da Universidade Rice, nos Estados Unidos.

ZAP //

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