Após vitória incontestável, Montenegro terá que gerir aparelho “com pinças” para evitar contestação

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Manuel Fernando Araújo / Lusa

Luís Montenegro, líder do PSD

Apoio de peso das distritais e de alguns nomes incontornáveis do partido poderão ser um problema agora que o novo líder tem de escolher a sua equipa mais próxima.

Duas semanas após a sua eleição como líder do PSD, na qual alcançou uma vitória inquestionável, Luís Montenegro tem já em cima de si os olhos de todos os que pretendem ver os sociais-democratas ressurgir dos mandatos de Rui Rio, quando o partido sofreu pesadas derrotas eleitorais. Recentemente, as críticas feitas por Cavaco Silva ao anterior líder parecem ter beneficiado o novo ocupante da pasta no que respeita à escolha da sua equipa diretiva — um processo que, escreve o Público, terá que ser gerido com pinças.

Dos planos iniciais de Montenegro fazem parte a retoma das reuniões bimestrais com as distritais, uma tradição cumprida por Pedro Passos Coelho e que não foi prolongada por Rui Rio. De resto, as tentativas de aproximação foram confirmadas na última sexta-feira, quando o novo presidente do partido se reuniu com os líderes das distritais.

Esta poderá ser uma tentativa de limitar os danos provocados pela escolha dos nomes para a comissão política nacional, após uma eleição interna que mereceu o apoio de peso das distritais, já que os lugares são limitados. O mesmo acontecerá, por exemplo, com o cargo de secretário-geral, para o qual são avançados os nomes de Hugo Soares ou Pedro Alves. Acredita-se que mesmo que a escolha poderá ter repercussões internas já no congresso do partido.

Para além das distritais, Montenegro terá também que equacionar os apoios que recebeu por parte de figuras incontornáveis, nomeadamente Pedro Reis, António Leitão Amaro, Pedro Duarte e Margarida Balseiro Lopes. Todos fizeram parte do núcleo duro da candidatura, pelo que é natural que também integrem a sua equipa.

O mesmo jornal avança que Luís Montenegro ainda não contactou Jorge Moreira da Silva, seu adversário nas diretas, apesar de o antigo ministro do Ambiente ter recusado qualquer lugar na direção do partido neste momento. O mesmo se aplica a Miguel Poiares Maduro, antigo ministro que foi coordenador da moção de Paulo Rangel. O Público escreve ainda que Poiares Maduro não estará presente no próximo congresso.

ZAP //

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