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António Costa atacou o Bloco “forte e feio”. E foi “deselegante”

Carlos Barroso / Lusa

No seu habitual espaço de comentário na SIC, ao contrário do que aconteceu na última semana, quando Marques Mendes teceu elogios à ação do Governo durante a greve dos motoristas, o ex-líder do PSD deixou críticas ao chefe do Executivo.

Luís Marque Mendes disse António Costa foi pouco inteligente ao tratar o PCP “como uma espécie de apêndice do PS” o que, considerou, foi um “exagero” da parte do líder socialista. Marques Mendes destacou o empenho de Costa na luta pelo voto útil e pela maioria absoluta, que pode ser impedida pelo Bloco de Esquerda.

“Este é o ataque mais forte que o primeiro-ministro já fez ao Bloco, serve porque sabe que o Bloco está forte e que pode impedir a maioria absoluta. E depois porque a direita odeia o Bloco e fica assustada com o Bloco forte e tenta captar o voto útil aí”, disse.

O comentador disse mesmo que “Costa atacou forte e feio o Bloco, mas teve-o como parceiro nos últimos quatro anos. E isso é um pouco deselegante”.

Este sábado, António Costa lançou uma farpa política ao Bloco de Esquerda: “Há um amigo meu que compara o PCP ao Bloco de uma forma muito engraçada: é que o PCP é um verdadeiro partido de massas, o Bloco é um partido de mass media. E isto torna os estilos de atuação diferentes”.

Marques Mendes considera que a entrevista de António Costa ao jornal Expresso funcionará como uma “espécie de guião eleitoral” onde é dramatizada a situação económica internacional que, afirma “vai continuar a ser dramatizada ao longo da campanha eleitoral”. O comentador considera que 2020 será “um ano bem mais difícil que 2019” e que António Costa está a usar esse argumento porque sabe que “assusta as pessoas”.

O comentador da SIC considera que o maior obstáculo à maioria absoluta do PS nas legislativas de 6 de outubro é o “medo de uma maioria absoluta que grande parte do país tem depois de Sócrates”.

Marques Mendes abordou a questão das eleições presidenciais de 2021, afirmando que António Costa e o Partido Socialista não terão “outra hipótese” que não a de apoiar Marcelo Rebelo de Sousa, que goza de uma “popularidade estratosférica” com capacidade para esmagar qualquer candidato.

Sobre o parecer que o Governo pediu à Procuradoria-Geral da República, a propósito das incompatibilidades, António Costa admitiu na entrevista que poderia não homologar o parecer e Marques Mendes comparou a atitude do primeiro-ministro à das crianças que levam a bola para a escola, mas só deixam os outros jogar enquanto estão a ganhar.

“É a teoria do quero, posso e mando. Faz lembrar os que se arvoram em donos da bola, se estão a perder o jogo, agarram na bola, abandonam o jogo e não respeitam ninguém”, disse. O comentador recordou que “há uma semana, [António Costa] homolgou um parecer da PGR que lhe dava jeito, sobre a greve dos motoristas”.

A posição que o CDS e o PSD tomaram sobre o despacho sobre a identidade de género nas escolas foi também alvo da crítica do ex-líder dos sociais-democratas, que considerou que “há exageros enormes de parte a parte”.  “A reação do CDS-PP e do PSD foi de um radicalismo ideológico que não faz sentido. Dá muito bem a ideia do estado a que chegou o PSD e o CDS em Portugal”.

Marques Mendes criticou ainda Pardal Henriques, que classificou como “o pior da semana” que, considerou, teve uma postura “lamentável” ao alimentar a dúvida sobre se seria candidato a deputado nas próximas legislativas ou não. Já “o melhor da semana” para o comentador da SIC foi José Cid, que venceu um Grammy Latino: “É justo e merecido”.

ZAP //

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