O primeiro-ministro anunciou, este sábado, que o Ministério das Finanças já autorizou “um reforço da contratação de enfermeiros até ao final de março” que assegure “capacidade acrescida de resposta” neste período de baixas temperaturas e de gripe.
António Costa falava aos jornalistas, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde visitou o Serviço de Urgência acompanhado pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.
“Ainda ontem foi autorizado por parte do Ministério das Finanças um reforço da contratação de enfermeiros até ao final de março, para termos uma capacidade acrescida de resposta neste momento de crise. E, portanto, necessariamente, estamos a aumentar os meios, de acordo com os planos de contingência, para fazer face à situação”, declarou.
O primeiro-ministro, que não adiantou o número adicional de enfermeiros a contratar, defendeu que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “tem demonstrado capacidade de elasticidade e flexibilidade necessária para responder a este aumento de pressão”.
Questionado sobre o número de enfermeiros a contratar, António Costa respondeu que “há um diálogo permanente entre o Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças tendo em vista responder às necessidades que se colocam em cada momento, de acordo com o plano de contingência e daquilo que é previsível relativamente à evolução da incidência do vírus da gripe e de outras complicações respiratórias”.
“Neste momento, temos conseguido responder adequadamente à situação”, defendeu.
O primeiro-ministro salientou que, “quer ao nível hospitalar, quer ao nível dos centros de saúde, têm vindo a ser reforçados os meios, e também na linha Saúde 24“:”Portanto, estamos preparados o melhor possível para enfrentar esta situação”.
“Estamos a aumentar as camas – creio que aqui são 140 camas a mais. Há cerca de 160 centros de saúde que ao longo do fim-de-semana estarão a funcionar nas diferentes administrações regionais de saúde para dar uma resposta acrescida”, referiu.
Segundo o primeiro-ministro, “isto não quer dizer que não haja alguns momentos em alguns dos estabelecimentos onde a pressão excede a capacidade natural de resposta que possa existir”, pois “com o nível de incidência que tem existido é impossível de assegurar que assim não é”.
António Costa chegou pelas 11:00 ao Hospital de Santa Maria, onde esteve cerca de meia hora, e de seguida visitou o Centro de Saúde de Sete Rios e o Centro de Contacto do SNS, a antiga linha de Saúde 24.
No Hospital de Santa Maria, esteve acompanhado pela sua secretária de Estado adjunta, Mariana Vieira da Silva, pelo ministro da Saúde e pelo presidente da administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, Carlos Martins.
Durante a visita a este hospital, o presidente da administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte disse ao primeiro-ministro que os casos de gripe estão “em linha com o ano passado”, que a procura está sobretudo relacionada com “infeções respiratórias” e que a grande maioria dos doentes que acorre às urgências tem mais de 75 anos.
O primeiro-ministro enquadrou esta sua visita afirmando que “está prevista uma redução significativa das temperaturas” nesta altura e que tem havido este ano “um aumento significativo da incidência da gripe”.
“Os conselhos que temos dado são sempre os mesmos: primeiro, cuidados individuais de proteção, em segundo lugar, contacto sempre através da linha Saúde 24”, acrescentou.
Centros de saúde com horário alargado
Esta sexta-feira, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) anunciou o “alargamento de horários” em 44 centros de saúde para adequar os serviços “às temperaturas adversas dos próximos dias”, indicando prever-se a abertura de 364 camas nos hospitais.
A Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) também anunciou que os Centro de Saúde de Coimbra vão funcionar aos fins-de-semana durante o mês em janeiro, entre as 10h00 e as 18h00. Em comunicado, a ARSC adianta que, a partir de sábado, vão estar abertas as unidades de Celas, Eiras, Fernão Magalhães, Norton de Matos e São Martinho, com uma equipa para atendimento de situações de doença aguda.
Também a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo estabeleceu um plano de contingência para as próximas semanas. A maioria dos centros de saúde estará com horário alargado, funcionando ao fim-de-semana e à noite, até 28 de janeiro.
ZAP // Lusa