António Costa acusa Marcelo de se ter aproveitado da “ocasião” para interromper a sua governação

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Manuel de Almeida / Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, acompanhado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O primeiro-ministro, António Costa, acompanhado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O antigo primeiro-ministro, António Costa, disse esta quinta-feira que a “ocasião fez a decisão” do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de pôr termo “prematuramente” à anterior legislatura.

O ex-primeiro-ministro considera que a direita andava frenética em busca de pretexto para a dissolução do parlamento.

A “ocasião fez a decisão” de Marcelo Rebelo de Sousa interromper a sua governação, disse António Costa esta quinta-feira.

Numa alusão indireta à investigação judicial denominada Operação Influencer, – que a 7 de novembro do ano passado resultou na sua demissão das funções de primeiro-ministro – António Costa assinala que nunca se saberá “como seria o futuro se o passado tivesse sido outro”.

Esta interpretação dos acontecimentos que levaram Marcelo Rebelo de Sousa a convocar eleições antecipadas consta do prefácio escrito em 15 de março passado por António Costa para um livro da autoria do ex-presidente do Grupo Parlamentar do PS Eurico Brilhante Dias, intitulado “Palavras escritas”.

“O certo é que chegámos prematuramente ao termo desta [anterior] Legislatura por decisão do Presidente da República. A ocasião fez a decisão, mas desde outubro de 2022 que a direita andava num frenesim na busca de um pretexto para a dissolução”, sustentou.

Para o anterior líder do executivo, sobretudo desde essa altura, assistia-se a “uma corrida em contrarrelógio com o controlo da inflação e a execução do PRR” (Plano de Recuperação e Resiliência).

“A dissolução valeu-lhes uma vitória tangencial, que os deixa nas mãos da extrema-direita populista”, realça António Costa neste texto que escreveu cinco dias depois das últimas eleições legislativas.

No seu livro, Eurico Brilhante Dias aponta que a precipitação do fim da anterior Legislatura interrompeu um projeto político que tinha sido sufragado pelos portugueses e que devia continuar até 2026: “Mas como dizia o nosso fundador e militante número um, Mário Soares, ‘só é vencido quem desiste de lutar’”.

“Palavras escritas”

O livro do ex-presidente do Grupo Parlamentar do PS tem 143 páginas de texto e contém alguns dos discursos que proferiu em momentos que considera os mais marcantes da anterior legislatura.

“Com este livro, pretendo deixar um registo histórico do que foram quase dois anos de maioria absoluta do PS no parlamento, salientando avanços em áreas muito importantes”, apontou Eurico Brilhante Dias em declarações à agência Lusa.

Através da ação do Grupo Parlamentar do PS, destaco o banco de terras, as medidas propostas para fazerem parte da Agenda para o Trabalho Digno, as ordens profissionais e a morte medicamente assistida”, acrescentou.

Nas conclusões do seu livro, o ex-presidente da bancada socialista entende que exerceu funções ao longo de “dois anos muito intensos, assentes em três orçamentos”, num país que está agora “melhor” do que em 2022, “apesar do contexto particularmente difícil”.

ZAP // Lusa

9 Comments

  1. A ocasiao fez o ladrão golpista. Mais do que motivo para se dar a devida resposta aos usurpadores fascistas ja nas proximas eleições.
    É preciso acordar rapidamente contra os ditadorzecos aVentureiros e em Passinhos de Coelho. Porque foi para os pôr a mandar nisto tudo que se fez o golpe de estado com a cumplicidade do professor vigarista e antigo apoiante do estado novo, de seu nome marcelo.

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  2. O “compadre” Marcelo, sempre pensou que a amiga AD?? iria ter uma vitória retumbante com a destituição do “amigo?-aluno” Costa, mas saiu-lhe o tiro pela culatra, além de que era necessário desviar as atenções do favor respeitante ao tratamento das gémeas, tudo se conjugou para evitar “comentar” como era seu timbre, sobre tudo e todos.

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  3. Claro que a culpa é do Marcelo, foi Marcelo que durante a noite foi colocar dezenas de milhares de euros escondidos no gabinete de Costa, foi Marcelo que se demitiu e foi Marcelo que foi para a TV dizer que se demitia. Mas ainda bem que Costa está aaqui para nos lembrar disso tudo .

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  4. Estamos todos loucos ou quê?!
    Então não foi o Dr Costa que em frente aos canais todos de televisão e do povo português se demitiu? Será que ele está com aquela doença que já cobre também as ações de um outro? O que ele esperava? Que se demitia e o povo levava-o ao colo para o PR não dissolver a Assembleia? Não foi uma atitude LEGAL e CONSTITUCIONAL do PR de Portugal?
    Mas a que fantochada está o Dr Costa a permitir? Sinceramente, uma decepção para mi: sempre o imaginei maduro e responsável nas suas atitudes. Agora esta fantochada só mostra que o pedido de demissão dele foi por MEDO? Resta saber de quê!!!

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  5. Sim demirui-se, mas a maioria PS não e por isso sugirio a continuidade com um nome para PR.
    Claro que não aceitou porque já estava tudo previsto

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  6. Como todos os que vêm os outros à sua semelhança e de boa fé, António Costa acabou com a faca nas costas. como grande parte dos Senhores que confiam em canalhas.
    O povo e a História farão a justiça que se impõe.

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