É como fazer omeletes sem ovos. Alunos perdem apoios com cortes nos professores

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O próximo ano lectivo vai ser “muito difícil”, alertam os directores das escolas, notando que lhes pedem que façam “omeletes quase sem ovos”. Em causa estão os cortes nos professores no âmbito do plano de recuperação das aprendizagens que vão, inevitavelmente, prejudicar os apoios aos alunos.

Os directores das escolas receiam não ter os professores suficientes para garantir o cumprimento do plano de recuperação das aprendizagens (PRA) que foi alargado por mais um ano, no seguimento da pandemia. Isto porque o reforço de professores, com mais 3300 docentes, para garantir o PRA foi cortado.

Assim, “tudo está em risco”, avisam alguns directores no Jornal de Notícias (JN), salientando que é uma “ginástica quase impossível”, como destaca ao diário o presidente da Associação do sector (ANDAEP), Filinto Lima.

Em causa estão o apoio ao estudo ou disciplinas de oferta complementar, como o Inglês e a Filosofia, por exemplo. Mas os alunos com Necessidades Educativas Especiais também podem ser prejudicados.

Os cortes nos apoios podem ainda passar pelo desdobramentos de turmas, as coadjuvações e as actividades de reforço da compreensão da leitura.

“Estão a pedir-nos omeletes quase sem ovos”

Além da falta de professores, é preciso considerar ainda o envelhecimento da classe que leva a uma redução das horas lectivas. Isso reduz também o crédito horário, ou seja, as horas atribuídas a cada escola para o reforço das aprendizagens.

“Perco todos os recursos para dar apoios. Vou ter menos 100 horas“, lamenta ainda ao JN o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira. Assim, tudo fica “em causa”, evidenciam os responsáveis das escolas.

“Estamos muito preocupados, estão a pedir-nos omeletes quase sem ovos“, acrescenta ao JN o director do agrupamento de Ponte da Barca, em Viana do Castelo.

A agravar a situação está o facto de as escolas estarem a receber muitos alunos filhos de imigrantes “que precisam de muito apoio”, como destacam os directores.

O Conselho das Escolhas aprovou, recentemente e por unanimidade, um parecer onde se manifesta “preocupado com a perspectiva de as escolas não disporem das condições mínimas, no próximo ano lectivo”. Assim, recomenda que se mantenha o reforço extraordinário de professores.

ZAP //

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